Após a derrota da Seleção Brasileira no jogo contra a Holanda, realizado ontem (8) no Mineirão, mais um dia de trabalho recomeça no Centro da cidade de Aracaju, e o que se observa nas lojas são as retiradas dos itens que fazem referência à Copa do Mundo. O estado é de balanço total. O Brasil amanheceu cinza e hoje tira o verde amarelo das prateleiras, não só pelo sentimento de derrota, mas pelo medo de ser vandalizado.
Para o gerente de uma loja de variedades localizada na Rua Santa Rosa, Robson Souto, as vendas foram regulares, sendo que 80% dos itens destinados a copa foram vendidos. Segundo ele, como não existe mais a necessidade junto à indústria, os funcionários começaram a guardar o que sobrou para as Olimpíadas. “O estoque comprado em 2014 foi menor do que nos outros eventos justamente por conta desta descrença do torcedor. Os itens estão sendo guardados, estamos na fase de estocar para próxima oportunidade, até para evitar conflito com clientes”, declarou.
Nas ruas do Centro da cidade, o assunto mais comentado são os atos de vandalismo registrados em todo país. “Vi nos jornais invasões de lojas, queima de bandeiras. Fui de uma época onde toda semana o hino nacional era cantado e a bandeira do Brasil hasteada nas escolas”, lamentou Robson.
De acordo com outra gerente de uma loja de acessórios localizada na Rua do Turista, Loami Mary, as vendas da primeira remessa foram realizadas com êxito, porém, as da segunda houve perda de 50%. “Não temos noção do prejuízo, estamos fazendo um balanço, separando em saquinhos para depois fazer a contagem. Nós pensávamos que iríamos conseguir bater a meta, mas não imaginávamos que sobraria isso tudo na loja”, calculou.
Para Laomi, o povo teve razão em ficar revoltado com o que aconteceu. Segundo ela, o dinheiro que foi investido na Copa devia ter sido empregado em questões mais urgentes no país. “Já teve clientes hoje pedindo para tirar a ornamentação da loja e, querendo ou não, os funcionários ficam com medo de alguma atitude agressiva dos clientes”, alertou. Ainda com muito pesar pela eliminação do Brasil ela arrisca um palpite para a final: “aposto na Holanda, eles estão jogando com garra”, confessou.
Segundo Rosimeire dos Anjos, gerente de uma loja de confecções na Rua Laranjeiras, as camisas tiveram uma boa saída, mas, sem o Brasil na final, o plano é colocar todas as peças canarinhas em promoção. “Ainda temos a expectativa de vender pelo menos duas até o sábado. Não esperava este placar, estava bem confiante e esperava um empate ou pênaltis, mas não uma derrota desta”, queixou.
Ela ainda fala que manterá a vitrine intacta. “Enquanto a Copa estiver rolando, a vitrine vai continuar arrumada, ainda tem disputa do terceiro lugar. Acho normal a atitude de revolta, mas, só porque o Brasil não ganhou, não deixarei de usar o verde e amarelo. Hoje mesmo vi pessoas usando a camisa da Seleção, sou flamenguista e mesmo quando eles perdem não deixo de usar a camisa” afirmou. Com a esperança da Seleção de Felipão conseguir o terceiro lugar no mundial, Rosimeire chuta o placar de 2x1 para a Holanda.