Criado em 1999 com o objetivo de conscientizar a população masculina sobre a importância dos cuidados com a saúde o Dia do Homem, comemorado hoje, 15, ainda é uma data pouco conhecida dos brasileiros. Apesar das mudanças comportamentais que já se tornaram parte do cotidiano do homem moderno à procura por cuidados médicos preventivos, ainda não está entre as preferências masculinas quando o assunto é cuidado com o próprio corpo. Um levantamento produzido pelo Ministério da Saúde (MS) mostra que a cada três mortes de pessoas adultas no país, duas são do sexo masculino.
Entre as doenças que mais matam os brasileiros estão as doenças cardíacas e os cânceres, em especial o de pulmão e o de próstata, esse último só perdendo em decorrência da evolução mais demorada da doença no organismo. Segundo o urologista Carlos Alberto Paes Silveira, um em cada seis homens tem ou vai desenvolver câncer de próstata, enquanto o câncer de mama atinge uma a cada oito mulheres. “E mesmo assim não se vê tantas campanhas para conscientizar os homens sore a importância da prevenção. É preocupante também porque apesar do câncer de pulmão matar mais, existem mais homens com câncer de próstata, a diferença é que o câncer no pulmão se alastra muito mais rápido que o de próstata”, explica.
Mesmo de forma ainda bastante tímida, o médico elogia as campanhas de conscientização realizadas no Brasil, e afirma que elas tem ajudado os homens a cuidarem um pouco melhor da saúde. “As mulheres tem o hábito de visitar os médicos com periodicidade, mas os homens não. Eles só procuram um médico ou um especialista como última opção. Felizmente, essa procura tem crescido bastante, e hoje a resistência deles ao exame de toque, por exemplo, é muito menor. Ainda persiste, no entanto, um preconceito ao exame, alguns homens mais velhos sequer gostam de falar o nome do procedimento. Essa condição está muito mais ligada à vergonha e a virilidade dos homens, do que ao medo do procedimento”, acredita o médico.
É importante salientar que homens com histórico de câncer de próstata na família precisam tomar cuidados maiores que os demais. “A indicação é que todo homem tenha um urologista de confiança porque se ele não tem histórico, devido à mudança constante de profissional, avaliar sua saúde fica mais complicado, pois um exame visto por um profissional pode apresentar problemas mesmo estando dentro da normalidade. Uma variação acentuada anual de resultados é preocupante e suas causas precisam ser investigadas mesmo estando dentro dos padrões. Quem não tem histórico da doença na família é indicado que procure um urologista a partir dos 45 anos, uma vez por ano. Já quem possui histórico familiar deve começar mais cedo, aos 40, e fazer a revisão a cada seis meses”, explica o urologista Carlos Alerto.
Agravantes
Mas não são apenas as doenças da próstata que afligem o homem. Problemas ligados à urina e à vida sexual dos homens precisam ser combatidos com a mesma intensidade. “Muitos que chegam aqui, ao começarmos a avaliação, fala que vieram apenas porque a esposa ou os filhos pediram, mas que está com a saúde em dia. No entanto, é só começarmos a conversar que os problemas aparecem. A maneira como o homem urina é uma das principais, pois para muitos, ir a todo instante ao banheiro é normal, quando na verdade não é. Acordar de sete a oito vezes por noite para urinar também, mas eles já fizeram disso um hábito. Isso provoca mal no paciente até para sair de casa e pode provocar problemas de autoestima”, completa o médico.
Ainda de acordo com o urologista, é importante que os homens procurem um especialista também para tratar de problemas ligados a sua saúde sexual. E se engana quem pensa que esses problemas começam após os 40 anos, segundo Dr. Carlos Alberto, há pacientes que o procuram a partir dos 18 anos. “Os homens competem muito entre si e o desempenho sexual é sempre um ponto muito questionado nas consultas. E as dúvidas geralmente estão ligadas à duração das ereções, o tempo de intervalo entre elas, e a impotência sexual, que em vários casos está mais ligada a problemas psicológicos que biológicos”, afirma.
O uso do Viagra ou de qualquer outro medicamento do gênero é outro tema bastante discutido nos consultórios. “Muitos afirmam que não querem tomar porque o remédio mata, mas isso é mentira. Há ressalvas para o seu uso, como por exemplo, para pacientes cardíacos que fazem uso de medicamento com nitrato em sua composição ou que tenham restrições para atividades físicas prolongadas. O Viagra, que é um inibidor de fosfodiesterase, causa conflito em contato com o nitrato e pode provocar arritmia, além de provocar um aumento da pressão sanguínea e consequentemente a parada cardíaca em quem não pode realizar atividade física intensa”, explica Dr. Carlos.
Dia do Homem: um alerta nos cuidados com a saúde
15/07/2014 -
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