Um estudo inédito realizado pelo Sebrae e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) traçou um diagnóstico das cidades localizadas no interior de todo o país. O levantamento apontou que essas regiões concentram 94 milhões de pessoas, sendo que um terço delas reside no Nordeste. Em Sergipe, há um milhão de pessoas que habitam fora da capital e da Grande Aracaju.
O interior brasileiro concentra 4.619 municípios, o que corresponde a 83% das cidades do país. A maior parte dos moradores é do sexo feminino (51% do total), possui menos de 17 anos, tem no máximo o ensino fundamental e se declara como negra. Três em cada quadro habitantes residem nas áreas urbanas dessas cidades.
As micro e pequenas empresas empregam 6,1 milhões de pessoas nesses municípios, o que representa 38% dos trabalhadores das regiões. Os empreendimentos são responsáveis ainda pela geração de R$ 24 bilhões de massa salarial mensalmente.
Já em Sergipe, o número de trabalhadores nos pequenos negócios atinge a marca de 36 mil pessoas, gerando R$ 30 milhões de massa salarial. No estado há 17 mil empresas optantes pelo Simples Nacional e oito mil empreendedores individuais, pessoas que trabalham por conta própria, faturam até R$ 60 mil ao ano, não possuem participação em outras empresas como sócio ou titular e empregam no máximo um funcionário recebendo o salário mínimo ou o piso da categoria.
“ Esse estudo é importante porque a partir dos dados podemos ampliar o conhecimento sobre esse recorte do território brasileiro, subsidiando novas estratégias e ações para os municípios e sua população. As informações serão fundamentais para viabilizar a realização de projetos que possam atender da melhor forma esse público”, explica o superintendente do Sebrae, Lauro Vasconcelos.
Perfil dos trabalhadores
O levantamento mostra que oito em cada dez trabalhadores do interior recebem até dois salários mínimos. Outro dado que chama a atenção no estudo é o percentual de pessoas que trabalham sem carteira assinada. Um quarto dos trabalhadores não conta com os benefícios previdenciários.
O dossiê foi elaborado a partir do levantamento e análise de dados provenientes de fontes diversificadas de informação, como o IBGE e institutos de pesquisa. No estudo, considerou-se como interior o conjunto de municípios brasileiros que não são capitais de UFs e não fazem parte de regiões metropolitanas, segundo o Censo Demográfico de 2010.
A pesquisa também analisou também aspectos como religião, hábitos de vida, atividades de lazer, consumo, acesso a tecnologias, gastos com alimentação, vestuário e educação dos habitantes do interior do país.