Morador de Graccho denuncia falhas no “Minha Casa, Minha Vida”
Foto ilustrativa
Foto ilustrativa
29/07/2014 -

Na manhã de ontem (28) o morador do município de Graccho Cardoso, José Vicelino, denunciou ao programa Voz da Cidadania, da Rádio FM Sertaneja, irregularidades na distribuição de imóveis do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

 

De acordo com Vicelino, as casas que deveriam abrigar a população de baixa renda estão em nome de comerciantes e fazendeiros da região. “Não há fiscalização, ganha uma casa quem mais fez pelo prefeito. Quem é aliado dele, quem participou de todas as caminhadas. Esse é o crédito”, afirma.

 

Para o morador, pessoas que realmente precisam de um lar estão nas ruas, enquanto quem possui condições recebe imóveis de projetos sociais. “A praça da matriz é cheia de pessoas carentes, gente com dois e três filhos que não tem onde morar. Até o banheiro público daqui só funciona aos domingos, que é dia de feira. Ou seja, essas pessoas que vivem na rua fazem suas necessidades às vistas de todo mundo. É essa gente que merece as casas do conjunto”, diz Vicelino.

 

As 50 casas construídas em Graccho Cardoso são fruto de uma parceria entre o Instituto Juazeiro (associação comunitária local) e a Caixa Econômica Federal por meio do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). Na última sexta-feira (25), elas foram invadidas por famílias beneficiadas pelo programa.

 

Segundo o sociólogo do Instituto Juazeiro, José Francisco dos Santos, as casas estão fechadas porque os serviços de água e energia ainda não foram instalados. “Os moradores não quiserem aguardar e invadiram, mas já solicitamos as empresas responsáveis os serviços que faltam”, explica.

 

Desmentindo as denúncias, José Francisco disse que houve um trabalho de análise social das famílias contempladas pelo projeto. “O cadastramento dessas pessoas foi público e aconteceu em uma escola do município. Receberam as casas apenas a população que possui baixa renda e está cadastrada no Bolsa Família”, ressalta.

 

O sociólogo afirma não entender o motivo dessa acusação. “É difícil compreender o porquê de tal questionamento quase dois anos após a conclusão das casas. Mas se alguém desconfia dos critérios da associação pode procurar os órgãos competentes e encaminhar suas queixas”, finaliza José Francisco.