Aluno confessa que atirou no professor por causa de nota
O adolescente de 17 anos, principal suspeito de atirar contra o professor de biologia Carlos Cristian Almeida Gomes, 33, na noite do último dia 12, se entregou na manhã desta quarta-feira (20) e teria confessado que a atitude foi mesmo motivada pelo resultado de uma nota de uma prova ocorrida dias antes. O fato ocorreu dentro da sala dos professores da Escola Estadual Olga Barreto, localizada no conjunto Eduardo Gomes, município de São Cristóvão, região metropolitana de Aracaju.
Ouvido pela delegada Theresa Simony, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o adolescente contou, acompanhado por um advogado, que a intenção era de assassinar o professor, tanto que deflagrou todos as balas do revólver. “Ele confessou a prática da infração. E disse que tinha intenção mesmo de matar o professor”, comentou a delegada.
O adolescente contou passo a passo o que teria motivado a cometer o ato infracional. Segundo ele, no último dia seis, o professor fez uma revisão em sala de aula para a prova que aconteceria no dia seguinte (07). Porém, segundo o jovem, o conteúdo da prova não foi o mesmo que Carlos Cristian teria passado na revisão. Resultado: frustração e fúria, conforme o próprio descreveu à polícia.
A partir deste momento, o adolescente passou a articular uma ação violenta contra o professor. No dia 08 (sexta-feira), o aluno não foi a escola e no sábado (09) teria ido a Feira das Trocas comprar o revólver que seria utilizado no crime. De acordo com o relato dele à delegada, a arma de fogo foi adquirida por R$ 500, que seria parte de uma quantia que o mesmo tinha economizado, fruto do trabalho de servente de pedreiro.
Na segunda-feira (11), um dia antes do crime, o adolescente foi a escola e conversou ainda com o professor Cristian, pedindo que lhe desse dada a oportunidade de fazer uma segunda avaliação, o que teria sido negado. “Ele não recebeu o resultado da prova, mas ele já sabia o resultado, porque ele nada fez. Ele sequer assinou a lista de frequência”, disse a delegada.
Na terça-feira (12), dia da tentativa de homicídio, o adolescente foi disposto a concretizar o plano de assassinar o professor. “Ele não levou caderno, já entrou com essa intenção. Ele entrou na sala dos professores, pediu mais uma vez a segunda chance, o professor disse que não era possível. Ele saiu da sala e retornou para sala, bebeu água e depois efetuou os disparos”, revelou a delegada, com base na ouvida do aluno.
O estudante contou à polícia que todos os atos foi sem interferência de terceiros. Quanto a arma, ele informou que se desfez logo depois jogando em uma canal no conjunto Eduardo Gomes.
A delegada Theresa Simony informou que o adolescente não possui antecedentes criminais e a ficha escolar mostra um desempenho sem nenhuma anormalidade. Após ser ouvido no DHPP, o estudante foi levado a Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente e deverá ser encaminhado nesta quinta (21) para Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (USIP) onde deverá permanecer por até 45 dias. “Vamos ouuvir outras testemunhas e até mesmo o professor e no prazo de dez dias encaminharemos o inquérito para Justiça”, finalizou.
