Os bombeiros que salvaram a família soterrada num prédio em construção, no bairro Coroa do meio, serão contemplados com a Medalha Dom José Vicente Távora de Direitos Humanos. A homenagem será prestada pela Assembleia Legislativa de Sergipe, por meio da Comissão de Direitos Humanos, presidida pela deputada estadual Ana Lúcia.

A entrega da medalha será realizada durante sessão especial a ser realizada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, nesta quarta-feira, dia 10 de dezembro, às 10h, no plenário da Alese. Serão contemplados com a homenagem 18 bombeiros que mais se destacaram durante a ação, além do Comandante Geral do Corpo de Bombeiros. As medalhas serão entregues em nome dos 152 bombeiros que atuaram direta e indiretamente nas buscas da família soterrada.

Os bombeiros participaram da ação de resgate de um casal e seus dois filhos, que ficaram soterrados depois de um prédio em construção ter desabado, em julho deste ano, no bairro Coroa do Meio, em Aracaju. Os profissionais trabalharam por 34 horas ininterruptas e conseguiram salvar três das quatro vítimas. O pai, um dos soterrados, era servente de pedreiro da obra e estava, há alguns dias, se abrigando junto com a família na construção por falta de moradia. O ato heroico dos bombeiros sergipanos ganhou repercussão na imprensa nacional e a corporação de Sergipe foi parabenizada até mesmo pela presidenta Dilma Rousseff.

A Medalha Dom José Vicente Távora de Direitos Humanos foi instituída por meio do Projeto de Resolução 10/2010, de autoria da deputada Ana Lúcia. Esta é a segunda edição da homenagem, cujo objetivo é reconhecer o trabalho e o esforço de militantes e personalidades na promoção e defesa dos direitos humanos em nosso Estado. “Além de salvar três pessoas, os bombeiros arriscaram suas vidas, mostrando à sociedade seu profundo compromisso com a vida dos cidadãos”, parabenizou a presidenta da comissão, deputada Ana Lúcia.

Quem foi Dom Távora?

Pernambucano do interior, município de Orobó, nascido em 1910, Dom Távora contribuiu muito com a história do povo brasileiro, principalmente a dos pobres. Chegou em Sergipe no ano de 1958 e foi Arcebispo da Arquidiocese de Aracaju no período que vai de 1960 a 1970. Incansável, Dom Távora foi um verdadeiro lutador da classe trabalhadora, da democracia, e principalmente dos direitos humanos em Sergipe.

Chamado de ‘Padre dos Operários’, Dom Távora também criou o Movimento de Educação de Base em Sergipe e fundou a rádio cultura, como um meio para alfabetizar os pobres. Foi a partir do MEB que surgiram as articulações dos trabalhadores rurais para a criação dos primeiros sindicatos dos trabalhadores rurais e a Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de Sergipe. Durante sua vida pastoral, Dom Távora sempre estimulou a luta pela Reforma Agrária em todo o país para a prática da justiça social no campo.