Cristinápolis: Vereador manda prender testemunha que silenciou em CPI
Foram transformados em caso de política os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Cristinápolis iniciados na noite de quinta-feira, 26, para investigar denúncias que envolvem supostas irregularidades em contratos realizados pelo prefeito Raimundo Leal (PC do B) e prestadores de serviços residentes no município. A noite da quinta-feira seria reservada à oitiva de seis testemunhas, mas o silêncio de uma delas, que seria um funcionário de um posto de combustível que abastece a frota da prefeitura, acabou interrompendo os trabalhos.
Diante dos argumentos da testemunhas que insistiu em dizer que nada tinha a declarar aos parlamentares, o vereador Landerrobson Ribeiro (PP), presidente da Comissão, acionou a polícia e ordenou o encaminhamento coercitivo da testemunha à Delegacia de Polícia, pedindo abertura de inquérito policial para incriminá-la por atrapalhar os trabalhos investigativos da Câmara de Vereadores. “A testemunha calou com a verdade diante da CPI, fizemos todos os procedimentos legais e levamos para o auto de flagrante na Delegacia de Polícia”, explicou o parlamentar.
Na ótica do vereador, ao silenciar diante da CPI, a testemunha feriu o artigo 4º da Lei 1579/1952, que dispõe sobre os trabalhos de CPIs. “E a pena de um a três anos de reclusão ou multa está prevista no Código Penal”, ressaltou o vereador. A CPI também é composta pelos vereadores Raimundo Dantas, relator, e Charles Pereira.
Assistência
Entendendo se tratar de assunto ligado aos interesses do município, a prefeitura de Cristinápolis disponibilizou advogado para prestar atendimento jurídico à testemunha que silenciou, segundo informações do secretário municipal de gabinete, José Cláudio Ferreira de Andrade.
Ele revelou que o prefeito Raimundo Leal está ausente do município há cerca de dois dias por motivo de saúde, mas garante que o gestor demonstra tranquilidade quanto às investigações da Câmara de Vereadores. “A prisão da testemunha foi um equívoco e o prefeito não tem nada a temer porque não há nada de errado nos contratos”, observou o secretário. “Estamos à disposição de todos os vereadores, de portas abertas para a CPI”, complementou.
Mas o vereador Landerrobson Ribeiro acredita em irregularidades. “Temos provas, temos a verdade em mãos”, garante. Segundo o parlamentar, há documentos que confirmam a contratação de pessoas físicas para realização de serviços que elas não estão habilitadas para realizar. “Cristinápolis é um município pequeno e todo mundo conhece todo mundo, sabemos que estas pessoas não têm aptidão necessária para realizar os serviços contratados”, revela. O vereador garante que há outras provas, mas preferiu não detalhar para não atrapalhar as investigações.
