Cultura da “justiça com as próprias mãos” amplia violência em Itabaiana

A Polícia tenta barrar o avanço da criminalidade no município de Itabaiana, no agreste de Sergipe. A cidade figura entre as mais violentas do Estado, com registro de 42 assassinatos nos quatro primeiros meses deste ano. O problema se amplia pela cultura de fazer justiça com as próprias mãos, segundo a ótica do delegado, Marcos Garcia, que assumiu a Delegacia Regional de Itabaiana na semana passada, mas já atuava na Divisão de Homicídios da regional.
Um dos exemplos foi registrado na semana passada. Dois irmãos foram assassinados por um adolescente de 15 anos e as investigações apontam que o crime foi motivado por uma discussão em uma festa.
Em entrevista , o delegado destacou que mês a mês o número de homicídios vem caindo na cidade. Em janeiro foram 14 casos, fevereiro 10, março 8 e em abril 7 (além de três mortes registradas em confronto com a Polícia) - o que não significa que os dados não preocupem a Polícia. “A gente tem acompanhando essa curva decrescente, mas nosso trabalho é para continuar a diminuir porque esse número é alarmante quando comparado à média dos homicídios em todo estado e no país”, ponderou Garcia.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP/SE) planeja o reforço do efetivo da Polícia Civil na cidade com a convocação dos agentes que já foram nomeados. Contudo, o delegado adverte que só o trabalho da Polícia não será suficiente para reduzir a criminalidade porque a sensação de impunidade tem levado muitas pessoas resolver seus problemas por conta própria.
“Precisamos mudar essa forma de pensar na cultura de Itabaiana, e só vamos conseguir quando tivermos mais eficiência nas investigações e colocarmos na penitenciária o indivíduo que cometeu o crime, além do trabalho da educação de que impunidade só gera impunidade”, frizou Marcos.
