O nome do ex-prefeito de Itabaiana, Luciano Bispo (PMDB), atualmente deputado estadual, parece não querer mais sair da mídia. Mas ainda que o fato dele se colocar como candidato a presidência da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), o que o tem colocado constantemente nas páginas dos jornais não é o que se pode chamar de uma boa notícia: condenações judiciais por sua última gestão a frente da prefeitura itabaianense não param de acontecer. E agora é o relatório de uma auditoria realizada pela prefeitura de Itabaiana que coloca Luciano novamente em manchetes negativas.

Realizada pelo servidor aposentado do Tribunal de Contas do Estado, o contador Peterson José dos Santos Ferrão, a auditoria resultou em um relatório com mais de 1000 páginas e é fruto de uma contratação feita pela prefeitura da cidade junto ao contador, oficializada em 15 de março de 2013.

“Não se trata de definir culpas. Mas o nosso estilo de administrar é priorizando total transparência. E quando assumi a prefeitura identifiquei, justamente com nossa equipe, que os números informados pela gestão anterior não fechavam, não batiam. Para garantir a clareza e a seriedade em relação a esses dados, contratamos essa auditoria”, informou o atual prefeito da cidade, Valmir de Francisquinho (PR).

PROBLEMAS

Dentre os problemas deixados pela gestão anterior e detectados pela auditoria recentemente finalizada, destacam-se a emissão de cheques sem fundo, que somam R$ 330.011,58 e a informação incorreta de que a Dívida Consolidada Líquida do terceiro trimestre da administração de Luciano Bispo era de R$ 3.711.439,95, quando na verdade ela chegou a R$ 18.060.437,95, sendo que o total deixado em dívidas chegou ao montante de R$ 25.500.270,25.

Mas dois pontos descobertos pela auditoria são destaque pela demonstração de que a antiga administração efetivamente falhou na gestão de recursos públicos e até no que se refere ao dinheiro que pertencia aos servidores. No primeiro caso, uma escola, localizada no bairro José Milton Machado, o Espaço educativo Urbano II, conhecida na cidade como escola da Coruja, oriunda de um convenio com o Governo Federal no valor total de R$ 1.053.539,96, teve seu um repasse para os cofres da prefeitura num total de R$ 817.863,46. Mas a medição do que havia sido efetivamente construído chegou a apenas R$ 516.290,28, o que indicou que o valor de R$ 301.573,18 foi repassado prefeitura, porém não foi aplicado de fato na obra.

E o ponto que mais choca a quem leu a auditoria é o não repasse dos valores destinados a pagar empréstimos consignados feitos pelos servidores entre os meses de agosto e dezembro de 2012, que somaram R$ 334.774,02. Isso em diversas instituições bancárias, como Banese, Caixa, Bradesco, dentre outros. E ainda que o montante descontado do salário do servidor e não repassado aos bancos não seja tão alto, diversos funcionários tiveram seus nomes incluídos no SPC/Serasa por conta dessa falha da administração de Luciano a frente da prefeitura de Itabaiana.

ESTRANHO

Questionado sobre o relatório, Luciano Bispo afirma estranhar uma auditoria sendo feita dois anos após a sua saída da Gestão. “Todos os nossos atos serão julgados pelo Tribunal de Contas do Estado, que possui técnicos especializados nas áreas administrativas. Auditoria feita com caráter politiqueiro, que serve apenas de instrumento para espalhar notícias fantasiosas e inverídicas não nos abalam”, destaca.

Luciano disse ainda que o atual prefeito deveria estar trabalhando em busca de novos recursos ao invés de ficar analisando a gestão anterior. “Ele precisa é batalhar para realizar as obras que Itabaiana necessita e merece. Afinal, os recursos que deixamos em caixa, quase R$ 30 milhões liberados em convênios, acabarão e depois deles não haverá mais nada para os itabaianenses”, ressalta.

“Enquanto o atual a prefeito vive angustiado com a lembrança do meu nome, 24 horas em sua mente, estou trabalhando junto ao governo de Jackson Barreto para melhorar ainda mais a vida da nossa gente”, conclui Luciano Bispo.