Morre Zé da Velha, trombonista sergipano e um dos maiores nomes do choro no Brasil

27/12/2025 às 12:00:41
O trombonista sergipano Zé da Velha (1941 – 2025) morre no Rio de Janeiro, aos 84 anos, em decorrência de infecção bacteriana — Foto: Reprodução / Facebook Zé da Velha & Silvério Pontes

Faleceu na última sexta-feira, 26, aos 84 anos, no Rio de Janeiro, o trombonista sergipano José Alberto Rodrigues Matos, conhecido nacionalmente como Zé da Velha. O músico morreu em decorrência de uma infecção bacteriana. Ele estava afastado dos palcos e dos estúdios há cerca de sete anos, por problemas de saúde, agravados em 2025 após dois episódios de pneumonia.

Reconhecido como um dos maiores nomes do choro no país, Zé da Velha construiu uma trajetória marcada pela excelência musical e pela dedicação à preservação da música instrumental brasileira. Sergipano de Aracaju, ele levou o nome do estado para importantes palcos do Brasil, tornando-se referência no trombone e inspiração para diversas gerações de músicos.

A Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) divulgou nota lamentando a morte do artista. Já o Conselho Estadual de Cultura de Sergipe destacou a relevância de Zé da Velha para a cultura popular e para a identidade musical brasileira.

“Zé da Velha dedicou sua vida à arte, tornando-se referência nacional no trombone e levando o nome de Sergipe para palcos de todo o país. Sua trajetória é marcada pela paixão pela música, pela preservação de tradições e pelo talento que inspirou gerações de artistas”, diz a nota do Conselho.

A alcunha artística surgiu nos anos 1950, quando José Alberto passou a ser chamado de Zé da Velha Guarda, período em que tocava no conjunto Velha Guarda ao lado de nomes históricos como Donga (1889–1974) e Pixinguinha. Com o tempo, o nome foi abreviado para Zé da Velha, como ficou consagrado. O trombonista é considerado um elo entre a velha guarda do choro e os músicos mais jovens que mantêm viva a tradição do gênero.

Com uma carreira que se estendeu por cerca de 60 anos, Zé da Velha integrou importantes formações musicais a partir da década de 1970, como o Conjunto Sambalândia, a Orquestra Gentil Guedes e os grupos Chapéu de Palha e Suvaco de Cobra.

Na década de 1990, iniciou uma fase marcante de sua discografia ao formar a dupla com o trompetista Silvério Pontes. Juntos, lançaram seis álbuns de destaque na música instrumental brasileira. O primeiro, Só Gafieira (1995), completou 30 anos e foi amplamente aclamado. Em seguida vieram Tudo Dança (1998), Ele & Eu (2000), Samba Instrumental (2003), Só Pixinguinha (2006) e Ouro e Prata (2012).

 

 

Com informações do G1SE