Poço Verde: advogado aguardará laudo da PF
O advogado Getúlio Sobral está aguardando o resultado da perícia técnica que está sendo realizada pela Polícia Federal para se posicionar quanto à morte do ex-presidiário José Augusto Aureliano Batista, morto na quarta-feira, 15, durante uma operação especial desencadeada pela polícia civil para cumprimento de mandado judicial expedido pelo Poder Judiciário contra o acusado. A partir destes laudos, o advogado adotará as medidas judiciais cabíveis.
O advogado revela que os familiares estão em estado de choque em decorrência da violência e não têm dúvida que os policiais civis envolvidos naquela operação cometeram excessos. Segundo o advogado, os policiais federais ainda vão retornar à residência da viúva, Simone Correia, para dar prosseguimento à perícia para identificar a origem dos disparos de arma de fogo.
Segundo o advogado, a família revela que não ocorreram tiros disparados de dentro da residência onde José Augusto se encontrava na companhia dos familiares no momento em que os policiais civis chegaram e que, no momento em que foi baleado, se encontrava com a filha nos braços, uma criança de apenas quatro anos portadora de leucemia.
Há também, segundo o advogado, contradição quanto ao horário da ocorrência. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), a operação ocorreu no início da manhã, mas a família garante que os policiais civis chegaram à residência entre às 3h e 3h30 da madrugada e teriam danificado o portão de entrada, usando a própria viatura.
Segundo o advogado, a viúva já prestou depoimento à polícia, assegurando que José Augusto não estava armado e que não teria reagido à voz de prisão. Getúlio Sobral informa que, concretamente, o cliente está respondendo a um único processo e descarta a possibilidade dele integrar o suposto grupo de extermínio investigado pela SSP com base nas denúncias da deputada Ana Lúcia Menezes.
O processo ao qual José Augusto responde, conforme o advogado, está relacionado à morte do adolescente Jeferson Nascimento Santana, 16, que foi retirado de dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para ser executado, crime ocorrido no dia 15 de novembro de 2012 numa estrada de Poço Verde. A participação de José Augusto neste crime, segundo o advogado, também está sendo questionada em recurso que está tramitando no Tribunal de Justiça de Sergipe.
O corpo de José Augusto, que seria sepultado na quinta-feira, 16, retornou ao IML para que os peritos da polícia federal realizassem novos exames e foi liberado novamente nesta sexta-feira, 17. Segundo a família, o sepultamento ocorrerá às 15h no cemitério de Poço Verde.
A Polícia Federal só se manifestará sobre a questão na tarde desta sexta-feira, 17, em nota a ser enviada para a imprensa, segundo a assessoria de imprensa do órgão.
