A prefeita do município de Carmópolis, Esmeralda Cruz, se reuniu na manhã da última quinta-feira, 12, com representantes do Sindicato dos Médicos de Sergipe, o Sindimed. A categoria decretou greve no município há uma semana e, desde então, realiza atos de manifestação na cidade.

 A reunião contou também com a participação de assessores municipais e de médicos lotados no município. A secretária de saúde, Nara Oliveira, destacou os processos de ampliação de serviços na área, a exemplo da implantação de mais duas equipes do programa saúde da família. Além disso, a secretária ressaltou que a prefeitura está buscando alternativas para driblar as dificuldades financeiras.

 A prefeita Esmeralda Cruz aproveitou o encontro com os dirigentes do Sindimed para fazer um comparativo entre o quadro da saúde municipal antes, na administração passada, e hoje, em sua gestão.

 “Quando assumi a prefeitura de Carmópolis eu valorizei todos os profissionais. Na gestão passada, os médicos do município recebiam um salário que nem ultrapassava a faixa dos três mil reais, e na nossa gestão o salário dos médicos com gratificação chegou a 13 mil reais”, declarou a prefeita.

 Outro exemplo de melhoria salarial citado pela gestora foi a questão da insalubridade. Esmeralda Cruz apontou que em 2009, quando ingressou na prefeitura, o médico recebia apenas 76 reais de insalubridade. Hoje, esse benefício ultrapassa a casa dos 1.500 reais.

 “A prefeitura sempre pagou o teto máximo de gratificação aos médicos e não era justo num momento de dificuldade como esse em que cortamos a gratificação de todos os funcionários, não cortar de um médico”, desabafou Esmeralda.

 A gestora deixou claro que os cortes foram nas gratificações, o que é permitido por lei, e não nos salários, como o Sindimed divulgou em carro de som e na imprensa.  Segundo Esmeralda, outras medidas mais difíceis e dolorosas foram tomadas, como a demissão de cargos comissionados e o corte de diversos projetos sociais criados na sua gestão, dentre eles, o plano de saúde do servidor público que era inédito no estado.

 Finalizando sua fala, a prefeita de Carmópolis disse que nunca enfrentou uma greve em sua gestão porque sempre valorizou todas as categorias e manteve boas relações com os servidores. “Sempre pagamos bem e de forma antecipada porque o município tinha condições de manter uma folha de pagamento alta, mas agora com a queda de mais de 65 por cento da nossa receita, tivemos que realizar os devidos ajustes exigidos pela lei de responsabilidade fiscal”, explicou.

 O presidente do Sindimed, o médico João Augusto, apresentou uma proposta prévia para ser analisada pela prefeitura. Com isso, uma nova reunião ficou marcada para o dia 24 de Março. Agora, fica a cargo de uma comissão que será formada por médicos do município dar continuidade a negociação junto à administração pública de Carmópolis. Ao fim do encontro, o Sindimed declarou o fim da greve.