
Professor do Campus do Sertão da UFS utiliza histórias em quadrinhos para ensinar Biologia

Histórias em quadrinhos (HQs) estão sendo utilizadas como ferramenta educativa no Campus do Sertão da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Nossa Senhora da Glória. O objetivo é aproximar os alunos da prática científica e de metodologias inovadoras de ensino da Biologia.
A ideia partiu do professor de Biologia Vegetal no Departamento de Educação em Ciências Agrárias do Sertão (Decats/UFS), Carlos Souza Nascimento, transformando temas da disciplina e das metodologias ativas em histórias visuais.
“A proposta de usar quadrinhos na educação não é totalmente nova, pois já existem experiências em várias áreas mostrando o quanto esse recurso pode engajar os alunos. O diferencial foi trazer essa linguagem para a Biologia Vegetal e para o ensino das Metodologias Ativas, adaptando os roteiros às nossas aulas e às necessidades específicas dos estudantes. Aqui no Sertão, meu objetivo é tornar o aprendizado mais envolvente e significativo, aproximando a ciência do cotidiano dos estudantes e estimulando o protagonismo deles no processo de aprender”, explicou.
A atuação do professor tem como foco não apenas os conteúdos da Biologia Vegetal, como germinação, fotossíntese, hormônios e relações hídricas, mas também a aplicação de metodologias ativas, como a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), o Estudo de Caso e o Ensino Investigativo.
“Na área de Biologia Vegetal, já temos duas edições de HQs em uso há quase dois anos: Germinação e Fotossíntese. Elas funcionam como um roteiro de aula prática, trazendo gráficos, fichas de análise e espaços para os alunos registrarem suas observações durante o experimento, além de infográficos que foram produzidos por nossos alunos de apoio pedagógico desde 2022. E já estamos preparando novas edições sobre Relações Hídricas e Hormônios Vegetais”, informou Nascimento.
E complementou: “Na série de Metodologias Ativas, já finalizamos as HQs sobre Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e Estudo de Caso. A HQ da ABP tem um papel especial, apresentando a metodologia e seus 7 passos de forma visual e acessível. Para os calouros, esse material tem sido essencial, porque o primeiro contato com a ABP costuma gerar muita insegurança, e o quadrinho ajuda a quebrar esse gelo. As próximas edições serão sobre Aprendizagem por Projeto e Rotação por Estações”.
Aprendizado
Para os alunos, os quadrinhos deixam a aula mais clara e interessante. Segundo o professor, eles se envolvem mais nos experimentos, discutem as situações apresentadas pela história e conseguem relacionar teoria e prática de um jeito muito mais natural.
“Já tivemos estudantes que se animaram a criar seus próprios roteiros de HQs científicas, o que mostra o quanto esse recurso pode estimular a criatividade, o protagonismo e o senso investigativo”, celebrou Carlos Nascimento.
A estudante de Zootecnia Laísa Carvalho confirma. Em sua concepção, as HQs merecem reconhecimento, pois podem ajudar milhares de estudantes a emergir e assimilar conteúdos complexos de forma descontraída, científica e objetiva.
“Tenho 33 anos, sou autista, mãe, esposa e voltei a estudar depois de 11 anos. O professor Carlos Nascimento foi essencial nesse processo de adaptação às Metodologias Participativas do PBL. As HQs do professor são frutos da sua preocupação e sensibilidade de olhar para a individualidade de cada estudante e enxergar as nossas dificuldades”.
Fonte: Ascom UFS
