Tubarão de aproximadamente 4,60 m é encontrado na Barra dos Coqueiros, em Sergipe

07/07/2025 às 09:58:46
Foto: Projeto TAMAR

Um tubarão-boca-grande, espécie extremamente rara que vive em águas profundas, foi encontrado morto na Praia da Costa, no município da Barra dos Coqueiros, na última sexta-feira, 4. Com aproximadamente 4,60 m de comprimento, o animal é o 4º exemplar a ser registrado no Brasil e o segundo no Nordeste.

Por conta de seu tamanho, o tubarão surpreendeu visitantes e moradores da Barra dos Coqueiros e acabou repercutindo nas redes sociais, onde muitos questionaram a veracidade da notícia, tendo em vista a raridade e as proporções do animal. Mas logo o fato foi confirmado pelo Projeto TAMAR e pela Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA).

O cantor sergipano Nathanzinho Lima, uma das revelações da música nacional e figura bastante ativa no Instagram, compartilhou um relato sobre o assunto antes da imprensa noticiar o caso. No vídeo, publicado em seu perfil na rede social, o músico afirma que avistou o tubarão durante um passeio de helicóptero e pousou para ver de perto o animal.

Questionado sobre a dimensão do tubarão, Nathanzinho comentou: “Do tamanho do meu ônibus. Chega tomei um susto, eu e o piloto. Só que lá de cima do helicóptero ele não aparentava ser tão grande, mas quando descemos eu pude ver melhor”, disse o cantor ao relatar sua experiência, que, inicialmente, não foi levada a sério pelo público.

O tubarão foi localizado durante monitoramento regular realizado pela Fundação Projeto TAMAR nas praias do litoral sergipano. Todo o processo que envolveu o manejo do animal, desde a retirada da areia até a coleta de amostras para análises, contou com a participação de instituições parceiras do TAMAR, a exemplo da Universidade Federal de Sergipe, Universidade Federal de Alagoas, Meros do Brasil, Fundação Mamíferos Aquáticos, Mineral Engenharia, ENEVA e Centro TAMAR/ICMBio.

As causas da morte ainda serão apuradas.

Sobre a espécie

O tubarão-boca-grande (Megachasma pelagios) é raro e de aparência única, com apenas 273 registros confirmados no mundo. De acordo com o Hauser-Davis Research Group, que desenvolve estudos com ênfase em conservação e ciências ambientais, o registro anterior de aparição da espécie foi em 10 de setembro de 2018, quando um animal foi encontrado flutuando na Praia da Pedra do Sal, no Piauí.

Segundo o Museu da Flórida, o primeiro tubarão-boca-grande confirmado foi relatado em 1976, quando ficou preso na âncora de um navio da Marinha dos EUA, no Havaí. As localizações de suas aparições incluem os oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, sendo facilmente identificados por sua cabeça bulbosa e boca larga que se estende atrás dos olhos. Alimentam-se principalmente de krill, águas-vivas e outros plânctons, e acredita-se que possam realizar a alimentação por engolfamento, como as baleias-jubarte.

 

Da Redação Sergipe em Foco

Foto: Projeto Tamar
Foto: Projeto Tamar
Foto: Projeto Tamar