Câmara: levada denúncia de embriaguez no transporte escolar

21/08/2014 às

Uma denúncia de embriaguez ao volante no transporte escolar de Lagarto foi levada ao plenário da Câmara Municipal na sessão desta quinta-feira (21). O vereador Pedrinho da Telergipe (PR) foi o porta-voz da acusação feita pelo Sindicato dos Agentes de Trânsito do Estado de Sergipe (SINATRAN).

De acordo com Pedrinho, o SINATRAN protocolou no Ministério Público uma denúncia acusando de ter havido um condutor do transporte escolar municipal no povoado Jenipapo dirigindo embriagado num episódio em que, segundo a acusação anunciada pelo vereador, por pouco não aconteceu um acidente de trânsito com alunos.

O líder da bancada situacionista na câmara, Cláudio de Dona Leu (PP), rebateu as acusações divulgadas por Pedrinho. "O vereador Gilberto [da Farinha (PP)] está de prova que é uma mentira", citou o nome do colega que é morador do povoado.

Em aparte a Cláudio, Gilberto confirmou a réplica do vereador progressista e responsabilizou as acusações levantadas como sendo por questões políticas. "Adversário é adversário. Só trabalha para atrapalhar. Já ouvi falar disso na gestão passada", comentou Gilberto, que disse conhecer os dois motoristas que trabalham no Jenipapo e nunca ter visto ambos ingerir bebida alcoólica.

Voltando ao seu discurso, Cláudio continuou com a contraposição argumentando: "Como podemos dizer que a pessoa estava embriagada se não tem bafômetro? Só tem um bafômetro em todo o estado de Sergipe", completou.

 

Recomendação da SEMOP


Ainda se tratando do transporte escolar, Pedrinho da Telergipe (PR) lamentou a recomendação lançada pela Secretaria de Ordem Pública e Defesa da Cidadania (SEMOP), que orienta os agentes de trânsito a não mais realizar autuações que são de competência do estado, como, por exemplo, tomar medidas administrativas quanto ao condutor que dirigir sem habilitação, embriagado ou realizar manobras perigosas.

"Será que é bom para o município?", questionou o vereador. Segundo ele, a recomendação foi feita após os agentes começarem a efetuar autuações de ônibus escolares do município, terceirizados e da frota municipal, permitidas por meio de um convênio com o Governo do Estado em vigor desde 2004. "Será que está bom? Será que está correto?", protestou contra a medida.

De acordo com o vereador, entre as denúncias encaminhadas ao Ministério Público pelo SINATRAN estão as de motoristas de ônibus escolares sem habilitação e condições precárias de transporte de estudantes.

Cláudio de Dona Leu saiu em defesa da orientação da secretaria. "O município não pode autuar os ônibus. É o estado", frisou. De acordo com ele, os agentes "têm de organizar o trânsito, não apreender os ônibus". Ele relatou problemas nas ações, como na observada com alunos do povoado Campo do Crioulo, que, segundo ele, ficaram sem voltar para casa por conta de uma apreensão e encaminhamento ao pátio do Departamento de Trânsito e Transportes Urbanos (DTTU) de um ônibus.

A recomendação da SEMOP alertou os agentes de trânsito de que não existia convênio ou termo de cooperação que possibilitasse a realização das autuações que vinham sendo feitas. Em entrevista recente, o diretor do DTTU, Gilson Da Silva, afirmou que o convênio não foi renovado ainda por conta da discordância com a porcentagem repassada ao município dos valores arrecadados com multas.