Vereadores de Rosário ouvem representantes da estre e sentem falta de populares
Aconteceu na noite de terça-feira (18) uma reunião entre os vereadores da Câmara de Rosário do Catete e representantes da Empresa Estre Ambiental, responsável pela administração do aterro sanitário existente no município. O encontro foi resultado de várias reclamações que partiram de populares em redes sociais e também foram feitas aos parlamentares do município, que desde a instalação da empresa na cidade vêm acompanhando os trabalhos relacionados ao tratamento e compactamento de lixo no local. O debate também contou com a presença de moradores e do assessor administrativo da Casa, Wagner Quintela.
Os vereadores da oposição e situação ouviram na plenária o gerente regional da empresa, David Ermorgenes; o gerente operacional, Daniel Sanchez; e a analista de sustentabilidade, Emília Vasconcelos. Entre os temas debatidos, estava o mau cheiro ocasionado pela liberação da grande quantidade de chorume (líquido oriundo do lixo) gerado pelo aterro que fica nas imediações da cidade. A maior parte das reclamações partiu dos moradores do conjunto Mutirão, que fica localizado próximo ao Centro Gerenciamento de Resíduos (CGR).
Os vereadores levantaram diversos temas e pontuaram os principais a serem debatidos na noite, entre eles o mau cheiro, a recuperação da área degradada pelo antigo lixão da cidade, a recuperação de uma praça poliesportiva da comunidade e a revitalização do Rio Siriri, que corta o município.
Questionamentos
O vereador Antônio Teles e o assessor administrativo Wagner Quintela citaram a ausência da população e pediram respostas aos representantes sobre os problemas ocasionados pelo lixo, e sugeriram a criação de um Projeto de Lei para a limitação de horários com o transporte de descarga do material no aterro. David Ermogenes afirmou que tais contratempos serão sanados rapidamente e que mau cheiro acometido nos últimos dias ocorreu pela grande demanda gerada pela paralisação na coleta de lixo feita pela empresa responsável em atender a capital sergipana.
“A primeira medida da empresa foi mudar a gerência operacional, que agora será assumida pelo engenheiro Daniel Sanchez, profissional com bastante experiência e competência para exercer o cargo. Também já começamos a fazer um controle mais preciso do chorume que é gerado no aterro e o também na cobertura do lixo que chega ao local com a presença de mais caçambas e escavadeiras para evitar que todo o material durma descoberto, assim minimizando tais problemas”, assegurou.
David também falou sobre um assunto que gerou polêmica na cidade, que abordava sobre a documentação legal (Relatório de Impacto Ambiental - Rima) da empresa para exercer o serviço no município. De acordo com ele, todos os documentos necessários para execução dos trabalhos pela Estre Ambiental em Rosário do Catete existem e serão apresentados aos vereadores nos próximos dias. “É importante que em nessas reuniões a população compareça para esclarecermos as dúvidas e que também não se criem boatos sem necessidade. Faço questão de vim pessoalmente detalhar todo o trabalho que nossa empresa faz no município”, afirmou o representante, que veio de outro Estado exclusivamente para reunião.
Outros assuntos
Na noite, os vereadores também levantaram questionamentos sobre a possibilidade do aterro estar recebendo lixo hospitalar, algo que foi descartado pelos representantes da Estre Ambiental. “Não podemos receber lixo hospitalar, a não ser que ele seja autoclavado, ou seja, passe por um processo de descontaminação de altas temperaturas antes que seja descartado no aterro. Mesmo assim, temos um controle preciso em cima de todo o material que é despejado no local”, explicou.
A pergunta partiu do vereador Delson Leão com base em depoimentos de moradores da comunidade, que afirmaram que estavam enfrentando problemas respiratórios, possivelmente devido ao descarte de materiais contaminados no aterro. O senhor José dos Anjos compareceu a reunião e falou sobre seu caso. “O mau cheiro é tão forte que não consigo dormir. Impregna a casa toda e tenho receio que ele possa estar me fazendo mal. Não tinha problemas de saúde e depois que tive contato com o aterro os problemas respiratórios apareceram. Hoje penso até em mudar da cidade devido a essa situação”, falou o morador do conjunto Mutirão.
Outro morador da mesma localidade, que também se manifestou na plenária, foi Alberi dos Santos. Ele também questionou sobre o mau cheiro gerado pelo aterro e afirmou que durante a madrugada o fedor aumenta. “O cheiro é muito forte e incomoda bastante. Vocês, da Estre, precisam tomar providências com relação a isso”, pediu.
A analista Emília Vasconcelos afirmou que a Estre Ambiental faz uma série de testes através de empresas e órgãos capacitados que comprovam que os gases gerados pelo aterro não têm como afetar a população e nem os empregados que trabalham no local. Os representantes também destacaram que existem áreas restritas onde o tratamento com o lixo de classe mais elevada é feito com mascaras e que nesses locais só é permitida a entrada de funcionários autorizados.
População ausente
O presidente da Casa, Hélio dos Santos, cobrou empenho dos gerentes para resolver os problemas e criticou a atitude de algumas pessoas da comunidade em querer desrespeitar o trabalho do legislativo municipal soltando boatos em redes sociais com o intuito de denegrir e prejudicar o trabalho dos vereadores. “Uma pena que aqueles que provocaram tais insinuações não estão aqui para tirar suas dúvidas pessoalmente com o pessoal da Estre. Desde que a empresa se alojou no município estamos acompanhando os trabalhos e cobrando mais participação na comunidade. Prova disso, foi a própria praça em frente ao prédio da Câmara que recebeu investimentos da empresa”, destacou o parlamentar.
Antes que a reunião acabasse o gerente David Ermorgenes fez questão de relacionar quais metas a empresas tem a fazer na comunidade: Construção de unidade de biogás para geração de energia sustentável; implementação de cinturão verde na comunidade; recuperação da área do antigo lixão; monitoramento da qualidade do ar e da água; arborização da avenida da entrada da cidade; criação de um viveiro de mudas; reflorestamento da mata ciliar do Rio Siriri; implementação de cooperativa para reciclagem de lixo; incentivo ao esporte com o apoio a escolinha de futebol; e o plano de educação ambiental, trabalho que será feito nas escolas do município. A noite também contou com a presença dos vereadores Murilo Menezes, Alik Teles e Manuel Santana. “Garanto que tais problemas não serão mais rotineiros e que vamos resolver todos os existentes”, finalizou David.
