Na última terça-feira, 22, a deputada estadual Linda Brasil (Psol) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para denunciar o que classificou como uma ação articulada de parlamentares da extrema direita que, segundo ela, vêm promovendo ataques sistemáticos com base em mentiras e distorções sobre sua atuação em espaços educativos. De acordo com a parlamentar, a ofensiva faz parte de uma estratégia nacional de perseguição a minorias, a grupos e mandatos progressistas, especialmente os que pautam os direitos humanos e a diversidade. “Esta tática é típica de feições autoritárias e muito perigosa”, alertou.

A denúncia foi motivada pela repercussão de um vídeo, divulgado de forma manipulada, que mostra a participação da deputada em uma escola pública durante a programação do Dia Internacional da Mulher. Linda Brasil afirma que o trecho de sua fala foi descontextualizado e disseminado nas redes sociais com o objetivo de fomentar desinformação e discurso de ódio.

“A participação ocorreu para tratar de temas pertinentes à formação dos estudantes. O respeito à diversidade, ações de promoção da cidadania e garantia de direitos são temas que perpassam a formação cidadã, indissociável no sistema democrático. Apresentar esses temas aos alunos é necessário e fundamental para estimular o senso crítico e promover o acesso a informações essenciais”, explicou a parlamentar.

Linda Brasil ressaltou que a atividade escolar seguiu todas as normas da legislação brasileira e contou com a presença de outras mulheres que ocupam cargos públicos. O foco da atividade, segundo ela, foi o debate sobre a ocupação de espaços de poder pelas mulheres na sociedade. O trecho recortado e divulgado nas redes sociais, conforme relatado por Linda, referia-se à sua resposta a uma estudante que a questionou sobre sua atuação no combate ao avanço da extrema direita e do bolsonarismo.

Para a deputada, a tentativa de criminalizar sua presença nas escolas é mais uma expressão do autoritarismo promovido por setores da extrema direita. “Os recortes feitos a partir da minha fala e propagados de maneira distorcida nas redes sociais, com discurso de ódio, são um desserviço à sociedade e estimulam a violência. Não vão nos intimidar”, afirmou.

Linda também fez um alerta sobre o que chamou de uma ação orquestrada para estigmatizar determinados grupos, associando-os à figura de inimigos. Segundo ela, essa prática, que estimula perseguições e violências, representa um perigo real não apenas para ela, mas também para professores, estudantes e toda a comunidade escolar. “Essa é uma atuação baseada em perseguição a grupos vulnerabilizados e sem impacto real na transformação da realidade do povo sergipano, que já sofre com uma série de problemas estruturais", pontuou.

Mestra em Educação, Linda Brasil reiterou seu compromisso com a educação pública e com a formação crítica e cidadã da juventude sergipana. “Não aceitaremos retrocessos. Defender a democracia é também garantir que nossas escolas sejam espaços de liberdade, de diversidade e de pensamento crítico”, concluiu.

Com informações da Alese