Todo São João é assim: quadrilha, milho cozido, fogueira e fogos de artifício. Mas a beleza dos traques e espadas esconde por trás um risco iminente de acidentes. Por isso, nesta época do ano, aumentam a quantidade de ocorrências com queimaduras.
Na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), o número de pessoas internadas sempre aumenta neste período, por causa de incidentes com fogos. O pico de casos ocorre entre os dias 23 e 24, onde se comemora o São João.
Segundo dados da assessoria do Huse, neste ano, foram registrados 29 atendimentos entre os dias 23 e 24.
Somente na segunda-feira, véspera de São João, 16 pessoas deram entrada na UTQ. Destes, foram dez crianças, dois adolescentes e quatro adultos. Os pequenos também foram maioria em relação ao número de amputações - sendo seis no total de oito.
Comparando-se a 2013, a quantidade de ocorrências diminuiu neste São João. Ao todo, foram 36 casos registrados no ano passado. Em relação às amputações, o número foi o mesmo que o registrado neste ano.
Mas, segundo Moema Santana, médica que coordena o setor de cirurgia plástica do Huse, apesar do número de casos este ano ser menor, a gravidade deles é maior do que as do ano passado. "As ocorrências de 2013, em sua maioria, foram leve enquanto este ano temos muitas ocorrências graves", comenta.
Recomendações
Para diminuir a quantidade de crianças acidentadas, a médica Moema Santana é categórica: "na minha opinião, elas não deveriam soltar fogos - apenas ficar observando os adultos", garante. Mas, até para os maiores, ela diz que é preciso se cercar de cuidados.
"Para os adultos, recomendamos o uso de luvas e roupas apropriadas. Além disso, nunca ascender a bomba na mão - o correto é colocar em um local seguro e só depois ascender o pavio. Tomando esses cuidados, o risco de acidentes diminui bastante", assegura Moema.