Acusado de financiar tráfico presta depoimento
Armamento apreendido durante a Operação Valquíria
Armamento apreendido durante a Operação Valquíria
Portal Infonet
21/10/2014 -

Mais cinco réus citados no processo resultante da Operação Valquíria prestaram depoimento na 4ª Vara Criminal na manhã desta terça-feira, 21, em Aracaju. Foram ouvidos Helenilson Ferreira da Cunha, Mônica Oliveira da Cunha, Marcos Mota Clemente, José Edmilson de Almeida Mota e também Maysa Santos Costa, todos respondem ao processo em liberdade.

 

De forma unânime, os acusados negaram, em juízo, envolvimento com a atividade criminosa, apontada pela polícia civil a partir de uma investigação iniciada no ano de 2012 para desarticular uma suposta quadrilha com envolvimento em crimes de homicídio, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, agiotagem, estelionato e roubo de cargas e receptação de mercadorias roubadas.

 

O empresário José Edmilson de Almeida Mota, conhecido como Ném de Tonho de Glória ou Careca, um dos réus ouvidos nesta manhã, optou por quebrar o silêncio e decidiu conversar com a reportagem do Portal Infonet após prestar depoimento aos três juízes que conduziram a audiência, mas insistiu em não ser fotografado.

 

Ao Portal Infonet, Ném revelou que conhecia alguns réus citados no processo, mas tudo decorrente da atividade política do filho, que teria se tornado um dos candidatos mais votados para vereador nas eleições de 2012. O empresário é apontado como um dos principais agentes, que seria atuante no ramo da agiotagem e suposto responsável pelo financiamento da organização criminosa apontada pela polícia.

 

“Sou inocente”, resumiu Ném. “Conheço estas pessoas porque tenho um filho político, que teve mais de quatro mil votos na cidade [de Itabaiana] e se tornou uma pessoa bastante conhecida, mas as escutas telefônicas não me comprometem em nada”, revelou ao Portal Infonet.

 

Para o advogado Guilherme Maluf, que atua na defesa de alguns réus deste processo, as ligações telefônicas foram interpretadas de forma equivocada. “A questão principal é que há muitos excessos na interpretação das interceptações telefônicas”, considera o advogado. “Atividades lícitas do meu cliente foram consideradas ilícitas e nós vamos tentar desconstruir estas interpretações equivocadas e, com isso, vamos buscar a absolvição”, complementou.

 

Maluf atua na defesa do casal Adelvan Oliveira Cunha, conhecido como Pretinha ou Sem Futura, e Maysa Santos Costa. Ele também é apontado como financiador do tráfico realizado pela suposta organização criminosa, envolvido com homicídio, roubo de cargas e corrupção de menores, e a esposa dele teria atuado como suporte do marido nas atividades criminosas.

 

O defensor público Jairon da Graça, que atua na defesa de outros réus, também sustenta a negativa de autoria e vai opinar pela absolvição dos acusados. Jairson da Graça defende Mônica Oliveira Cunha, irmã de Adelvan, acusada de auxiliá-lo nas supostas atividades criminosas.

 

Em depoimento, Mônica admite que, na cidade de Garanhuns, em Pernambuco, onde reside, recebia a visita do irmão, que é caminhoneiro e costumava pernoitar na casa dela, sem qualquer ação que possa vinculá-la à atividade criminosa destacada na denúncia do Ministério Público.