A presidente da Assembleia Legislativa, deputada estadual Angélica Guimarães (PSC), ocupou a tribuna na manhã dessa terça-feira (3), para desmentir informações publicadas pela colunista política do Jornal do Dia, jornalista Rita Oliveira. As notas dão conta de um cenário de instabilidade financeira na AL, onde supostamente haveria um atraso nos repasses das verbas indenizatórias para os deputados estaduais, atrasos nos pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços, além do suposto risco de suspensão das obras do Palácio Fausto Cardoso, antiga sede do Poder Legislativo.
Ao fazer seu discurso, Angélica Guimarães explicou que não pretendia ocupar a tribuna para falar, mas se viu obrigada a prestar esclarecimentos diante das notas de Rita Oliveira. “Fui surpreendida notícias que não são verdadeiras na coluna de Rita Oliveira, do Jornal do Dia. Parece até que é perseguição pessoal porque, semanalmente, ela tem que alfinetar a presidente desta Casa ou a Assembleia Legislativa como um todo. Quero dizer a ela que seus informantes não estão lhe dando as informações verdadeiras”.
Sobre a denúncia de que “os deputados estaduais estão desesperados com o atraso nos repasses das verbas indenizatórias que deveriam ser pagas até 20 de maio” e de “os deputados estão pressionando a diretora financeira da AL, Lourdes Mota, no cargo desde a década de 80 e sem autonomia para fazer os repasses”, Angélica Guimarães perguntou aos deputados em plenário: “tem alguma verba indenizatória em atraso? Pelo o que eu saiba, não existe nada em atraso! Aliás, esta Casa nunca atrasou verba de nenhum deputado e de nenhum compromisso deste Poder. Até onde eu sei, as despesas são realizadas e depois vem o ressarcimento da verba. Não existe nenhum repasse de verba em atraso”.
Já sobre a acusação de que a Assembleia Legislativa mantém em atraso os pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços, Angélica disse que “traga um! Peço a colunista que apresente um só prestador de serviços em atraso! Ela fala que a Assembleia paga R$ 125 mil à Ilha FM. Outra inverdade! Não é e nunca foi este valor pago! Aliás, eu não pago nem o valor do contrato inicial, com vigência de cinco anos, firmado pelo então presidente Ulices Andrade. Pelo contrário, eu reduzi as despesas. Depois apenas fiz a correção da inflação”. Sobre o “risco de suspender as obras do antigo Palácio Fausto Cardoso, num investimento de R$ 4 milhões para recuperar a fachada”, Angélica disse que “quero dizer a esta colunista que, quando eu contrato uma obra, é porque eu tenho o dinheiro no caixa para conclui-la. É assim que eu sempre atuei! Em todos os meus mandatos. Fiz isso quando fui prefeita da minha terra (Japoatã). Mesmo sem existir Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), eu já não deixava restos a pagar para o ano seguinte, pagava minha folha em dia e não tive que responder a nenhum processo no Tribunal de Contas após deixar a prefeitura”.
Desabafo – Em seguida, Angélica Guimarães fez um desabafo. “Não é Rita Oliveira, nem qualquer outro jornalista que vai denegrir a minha imagem. Tudo isso me parece uma coisa orquestrada. Minha conduta é ilibada! Não sei onde querem chegar ou a quem querem agradar! Querer passar a imagem de descontrole financeiro da AL? Questionando como eu vou assumir a vaga do TCE sem controlar as despesas da AL? As contas da Assembleia sempre foram saneadas! Aqui não se contrata obra sem o dinheiro em caixa! Todos os finais de ano sobram recursos no caixa e a gente ajuda o governo do Estado a pagar a folha de fim de ano.
Todo mês de dezembro a gente repassa a sobra do Legislativo para receber no ano seguinte. É assim que eu procedo em qualquer lugar”. Por fim, Angélica disse que a “fonte” não passou uma informação verdadeira para Rita Oliveira e que “graças a Deus as nossas contas estão bem e eu não devo nada a ninguém! Esta presidente sempre honrou os cargos que exerceu. Como não costumo responder sempre a certas coisas, acham que podem contar uma mentira 10 vezes para ver se ela se torna verdade! Mas não existe verdade nestas notas! As verbas dos parlamentares estão em dia, como também os fornecedores e prestadores de serviços”.
“A Assembleia não está quebrada porque tem quem administre bem os seus recursos. Eu não compro fiado na minha casa. Só compro aquilo que posso pagar! Foi um ensinamento de meus pais de honrar meus compromissos. Quando eu chegar ao TCE um dia, continuarei honrando o cargo que os deputados estaduais me escolheram. Tenho certeza que vou continuar trabalhando e muito para o povo de Sergipe”, completou Angélica Guimarães.