A Área Azul do Pronto Socorro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) atendeu a 103 pacientes, além dos 40, que aguardavam atendimento nesta quarta-feira (25). No local, a capacidade é para 35 pacientes. Além disso, outros ainda aguardavam atendimento. Todos esses pacientes eram de baixa complexidade e deveriam ser assistidos pelas Unidades Básicas de Saúde e pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24 Horas), geridas pelos municípios.
Entre os sintomas dos usuários que procuraram o Huse, estavam gripe, febre, dores de cabeça e abdominais, unha encravada, náuseas, diarréia.
“Temos um dimensionamento da equipe que é para a nossa demanda normal e diária. Quando essa demanda é extraordinária, todo o nosso fluxo é perdido. Nós atendemos de acordo com a classificação de risco. Como alguns pacientes não entendem que o atendimento é feito pela gravidade, e não por ordem de chegada, gera tumulto, agressão verbal a equipe e um desgaste diário”, explicou a coordenadora do PS, Aline Carvalho.
A recepcionista Jucilene Alves chegou ao hospital com dores no braço e aguardava o atendimento médico. “Passei pelo Nestor Piva e nada de atendimento. Como já estava com o braço doendo na altura do ombro há quatro dias, procurei atendimento aqui e vou ter que esperar o tempo que for preciso”, disse.
“Quando as UPA's não atendem como deveriam e suas escalas médicas ficam desfalcadas e com problemas, o Huse assume os pacientes de baixa complexidade que na maioria das vezes não respeitam a classificação de risco e exigem um atendimento imediato. Este aumento da demanda tem causado superlotação e estressado a equipe multidisciplinar do hospital”, explicou Luciana Prudente, diretora operacional da Fundação Hospitalar de Saúde – órgão eu gerencia a unidade.
A gerente da Área Azul, Claudivânia Fahar, ressaltou que com o momento das festas juninas, a tendência é que essa demanda aumente. “Nesse período de festas geralmente temos um aumento no número de pacientes que buscam atendimentos de baixa complexidade. Muitos com gripe, tosse, febre, diarréia. Todas as áreas também acabam sofrendo com a demanda. Às vezes, os acompanhantes e os próprios pacientes não entendem nossa rotina com essa superlotação e acabam se irritando com os profissionais.”, afirmou.
A dona de casa Marleide Silva se deslocou do bairro Santa Maria para buscar atendimento por conta de uma dor abdominal que estava sentindo e que lhe tirou o sono durante a madrugada. De acordo com ela, as unidades do bairro não estavam atendendo e ela resolveu esperar o atendimento do Huse. “Vim para cá porque os outros lugares não estão atendendo. Então tem que ter paciência e esperar. Aqui pelo menos vou fazer exame e saber o que tenho”, informou.