O vice-líder da oposição, deputado estadual Augusto Bezerra, surpreendeu os colegas com uma denúncia grave envolvendo um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O parlamentar disse que um vereador de Ribeirópolis foi procurado por uma pessoa, a quem atribui ser um ‘corretor’, tentando comprar seu apoio com ameaças. O vereador, eleito presidente da Câmara Municipal do município, recebeu sondagens de apoio e ameaças de fiscalização no futuro.
“O Tribunal de Contas comete deslizes que são ruins para a democracia. Não vou menosprezar colegas, estou com uma ação pronta para dar entrada na Promotoria do Ministério Público que investiga improbidade administrativa para denunciar um conselheiro do TCE”, avisou Bezerra. O deputado disse que não pretende conceder entrevistas e nem agir com sensacionalismo. “Não vou estar no rádio e na tevê, mas vou dizer que há indícios fortes que serão levados ao Ministério Público”, assegurou.
O vice-líder da oposição disse que a isenção do conselheiro será anunciada pela promotoria após investigar a denúncia. “Não vou ficar em rádio batendo boca, não vou perder meu tempo por isso, nem vou ofender colegas, tenho respeito por todos, nunca em moimento nenhum agredi colegas, mas ao MPE tenho a obrigação de denunciar. Ninguém vai ganhar política oferecendo privilégios a prefeitos e vereadores dentro dos gabinetes do TCE”, alertou.
Segundo Bezerra, a decisão foi tomada após consultar advogados. “Tenho cautela em dizer que há conselheiro que tem corretor. Ele vai na frente, procura um vereador ou ex-vereador, como ex-presidentes de câmeras e faz propostas. O corretor afirma que ele pode ter problemas no TCE e faz a proposta. Isso não vai continuar como está, é um desafio. Ou se tem respeito ou será afastado, pois ninguém está acima da lei, ninguém pode fazer campanha política dentro de gabinetes. Em são Paulo um conselheiro do TC foi afastado”, alertou.
O deputado disse que ajudou a eleger duas colegas conselheiras do TCE e que tem buscado mecanismos para mudar o processo de escolha: quem vai para o TCE não deveria ter parentes, como filho disputando eleição. “Ali é uma corte de contas. Como vai julgar contas e ter um filho na política estando no TCE? Claro que não deveria acontecer. Quero resolver isso de forma jurídica. Ou o TCE chama seu membro à ordem ou vai perder o controle. Um vereador de Ribeirópolis ganhou a futura eleição da mesa. Mas só pelo fato dele ser presidente um corretor ofereceu a ele votar em um deputado”.
O vereador Zé Velho, de acordo com Augusto Bezerra, foi chamado para ter essa conversa. O parlamentar citou ainda o presidente da Câmera de Japoatã, que de acordo com o vice-líder da oposição precisa ser fiscalizado ou pela polícia ou pelo MP. “Defendo a criação de um código de ética. Não é possível fazer política dessa maneira, com escritório de contabilidade agindo dessa maneira, alertando presidente de câmeras sobre erros no futuro. Essa Casa é transparente e não me foi dado o papel de prender corretor que vende ilusões. É um caso de improbidade administrativa. Tomara que a postura mude. Meu mandato não vai permitir que se venda sentenças, que se venda ilusões”.
O deputado estadual Gilmar Carvalho disse que é preciso encontrar mecanismos necessários que proíba parente de conselheiros do Estado serem candidatos a qualquer mandato eletivo e não apenas a deputado estadual. “É um jogo desigual. Vou dar destaque a esse discurso e dar uma basta. Esse Estado não é conduzido pelo princípio da moralidade. Me assustei com a notícia de que p conselheiro tem corretor”.
O deputado Paulinho da Varzinha declarou que Bezerra foi feliz em dizer que o parlamento é uma Casa de iguais e a campanha precisa ser feita de forma leal. Para ele, cada um vai deve buscar o voto, mas precisa agir com lealdade. “O Tribunal de Contas do Estado é feito de homens e mulheres éticos, mas ninguém quer no tempo de eleição perder um aliado dessa forma”.
Segundo o líder da oposição, Venâncio Fonseca, o colega Augusto Bezerra age com equilíbrio e responsabilidade ao denunciar de forma séria o conselheiro do TCE. “Esse tema já foi abordado por Gilmar Carvalho na semana passada. Se acontecer comigo, eu vou denunciar nos órgãos competentes, até no CNJ, que também abrange os TCE’s. Não pode, é desleal e desonesto sentar numa cadeira de conselheiro, com votos dos colegas desta Casa, e usar do poder para querer extorquir as pessoas que ocuparam cargos públicos, tirar proveito para membro da família. Quer ter filho na política aja com campanha limpa”.