Atendendo ao que propõe a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12. 305/10, na qual recomenda a prática de hábitos de consumo sustentável para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos, a Prefeitura de Brejo Grande, distante 137 km de Aracaju, promoveu uma reunião no município para dar início ao processo de implantação da coleta seletiva na cidade.

O primeiro encontro para execução do plano foi realizado na sede da UAB, na última quarta-feira (29), e contou com a participação dos secretários municipais, membros de entidades – a exemplo de igrejas e associações – além dos catadores de Brejo Grande. Conduzida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMARH), a reunião explanou sobre a criação do Consórcio de Resíduos Sólidos do Baixo São Francisco, destacando a importância da destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

“A reunião aconteceu porque há uma proposta dos governos municipais, estadual e federal para que as cidades se organizem e acabem com os lixões a céu aberto. Como para que isso ocorra há a necessidade de se construir um aterro, e os custos para tal são altos, as cidades precisam se organizar para o processo e indica-se que se trabalhe a partir do consórcio. No nosso caso estamos envolvidos com Pacatuba e Ilha das Flores”, explicou Jucilene dos Santos, professora e representante da Prefeitura no processo de implantação, continuando.

“Brejo estava um passo atrás no plano. Algumas reuniões já aconteceram e por causa de algumas questões não estávamos inteirados do que estava acontecendo. As prefeitas, Fernanda Machado, juntamente com alguns órgãos representativos se reuniram, e sentindo a necessidade de correr atrás do tempo perdido, deram o primeiro passo à implantação da coleta seletiva no município. A participação de todos esses representantes foi importante para que haja uma unificação de ações”, completou Jucilene.

De acordo com a professora, que também é ambientalista, dentre os pontos importantes que foram destacados pelos palestrantes, a implantação da coleta seletiva se configurou como o mais relevante. “É um processo imprescindível para compreensão da dimensão que tudo isso tem. Apenas 10% do nosso lixo deve ir para o aterro. Os outros 90% do que produzimos é reciclável. Portanto, a população precisa tomar ciência do seu papel, porque não adianta o município arcar com sua responsabilidade se os moradores não colaborarem”, salientou Jucilene.

 

Comitê – Outro momento de destaque na reunião, segundo Jucilene, foi a formação de um comitê gestor. “Para que possamos ter o apoio de todos e para que a população tome conhecimento da causa, foi proposta a formação de um comitê gestor, com representantes de todas as entidades presentes. O mesmo teria o papel de conduzir o processo juntamente com a administração municipal, repartindo as responsabilidades. Nesta etapa, definimos quais serão as representatividades, mas ainda estamos abertos às novas introduções, porque quanto mais pessoas melhor”, relatou.

Como ponto de partida para inserção dos moradores no processo, Jucilene enfatizou que serão desenvolvidas atividades educativas. “Vamos distribuir folder e apresentar palestras para disseminar a ideia da reciclagem e da coleta seletiva. Vamos buscar também o fortalecimento da cooperativa de catadores, com o apoio da prefeita Fernanda, incentivando os cooperativados a se dedicarem à coleta. Esta cooperativa já é documentada, mas para que esses documentos possam andar vamos nos unir”, assegurou, acrescentando.

“A cooperativa possui, inclusive, balança e prensa, mas não tem lugar para triagem. Como a prefeita está, de fato, sensibilizada e motivada com o processo, se propôs a ajudar com um espaço para a cooperativa montar o setor de separação. Mas primeiramente será preciso fazer o trabalho educativo para que as pessoas saibam separar, ao menos o lixo seco do molhado. Temos certeza de que esse projeto vai ajudar não só na separação dos resíduos, como também na geração de renda, desmitificando o pensamento de muitas pessoas de que o lixo não pode gerar renda”, frisou.