Mais de 80% dos casos de queimaduras registrados no período junino, entre os dias 23 e 30 de junho, na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ), tem como maiores vítimas as crianças. O Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) registrou 86 atendimentos a pacientes vítimas de acidente com fogos de artifício. No total, 11 pessoas tiveram membros amputados, sete são crianças.
No ano passado (2013) 110 pessoas vítimas de queimaduras, no mesmo período, mas os casos mais graves ocorreram este ano, segundo informações da médica intensivista, Márcia Calazans.
“Mesmo após lançarmos a campanha alertando sobre os perigos no manuseio de fogos de artifício, os casos chegaram e ainda mais graves”, conta.
De acordo com a médica, os pais, embora alertados e tendo consciência dos perigos, permitem que seus filhos usem fogos. “Teve caso de criança que tentou acender uma fogueira com álcool e teve o corpo todo queimado. As que sobrevivem passam por tratamentos longos e dolorosos. Até para realizar os curativos o procedimento é mais delicado porque tem que ser no centro cirúrgico”, explica Márcia Calazans.
José Elenilson dos Santos, de 25 anos, teve o dedo indicador da mão direita amputado. Ele relata que tentou manusear o fogo de artifício, a espada, que explodiu antes que ele pudesse soltar. “Eu não sabia que a espada estava furada e acendi. Não deu tempo de soltar e ela explodiu. Agradeço por não ter perdido a mão”, conta.