Exercendo o terceiro mandato na Câmara de Salgado, Amaral de Abóboras ganha espaço no cenário político e se diz preparado para ser prefeito
Amaral acaba de se desvincular do grupo de situação e quer alçar voos maiores - Foto: Arquivo Pessoal
Amaral acaba de se desvincular do grupo de situação e quer alçar voos maiores - Foto: Arquivo Pessoal
02/10/2023 - 12:41:53

Convicto de suas decisões e ganhando espaço no cenário político em Salgado, município da região do Sul de Sergipe, Amaral Valeriano da Silva (MDB), o “Amaral de Abóboras”, acaba de se desvincular do grupo de situação e diz que está pronto para concorrer ao Executivo. Como presidente da Câmara Municipal, tem posicionamentos que muitas vezes desagradam os colegas da Casa, mas, de acordo com ele, o objetivo é sempre melhorar o papel do Legislativo na comunidade.

Entre suas principais ações à frente do Legislativo Municipal, estão a reforma do prédio da Câmara e iniciativas para aproximar a população ao trabalho dos vereadores, entre elas, a criação do Projeto Câmara Itinerante. Em entrevista ao Sergipe em Foco, Amaral abordou sua trajetória política, a saída do agrupamento do prefeito Givanildo Costa e as perspectivas para 2024.

Sergipe em Foco: É o seu primeiro mandato? Fale um pouco sobre sua atuação enquanto vereador.

Amaral de Abóboras: Não, já estou no meu terceiro mandato. Ao longo desses anos trabalhei incansavelmente pelo desenvolvimento do Município. Principalmente, no que diz respeito ao assistencialismo aos salgadenses. Esse trabalho tem sido massivo e diário, porque sei dos meus deveres enquanto vereador, que é ser um porta-voz do povo.  

SF: Quando o senhor assumiu a presidência da Câmara de Salgado? É seu primeiro mandato à frente da Casa Legislativa?

AA: Assumi no início de 2023, quando coloquei o meu nome à disposição dos parlamentares. É o primeiro mandato à frente da Casa da qual eu conheço bem, pois passo boa parte do meu tempo trabalhando no Legislativo. Está sendo um grande aprendizado pessoal atuar como presidente porque as responsabilidades obviamente são maiores, porém nada que eu não consiga resolver ou lidar.

SF: Ocupar a presidência de uma Casa Legislativa é um desafio para qualquer parlamentar. Desde que o senhor assumiu essa função na Câmara de Salgado, quais foram as maiores adversidades?

AA: Sem dúvidas, algumas foram acabar com os vícios de gestões passadas. A Câmara de Salgado hoje vive uma nova realidade, somos referência no Estado em transparência, em comunicação, em trabalhos prestados à comunidade, entre outros inúmeros serviços. Acabar com vícios anteriores, obviamente, foi um dos meus maiores desafios, porque não é fácil mudar os velhos costumes, muitas das vezes fui criticado por querer fazer o correto, mas não abaixei a cabeça em momento nenhum. Meu trabalho continua sendo feito com muita responsabilidade financeira.

SF: Dentro do trabalho realizado enquanto presidente da Câmara de Salgado, quais as mudanças mais significativas propostas pela sua gestão? Qual o maior legado que Amaral deixará para o Legislativo de Salgado?

AA: Uma mudança significativa, com certeza, é a reforma da Câmara. Há muitos anos não víamos uma reforma no prédio que já vinha há anos com a estrutura comprometida. Porém, além disso, temos uma equipe preparada com profissionais que estão comprometidos com o bom funcionamento da Casa. Estamos realizando ações mensais de conscientização, como o Abril Azul, o Maio Laranja e o Maio da Família, a campanha contra a importunação em fevereiro, o Março Mulher onde as empreendedoras do município foram homenageadas pela Câmara, e todas essas ações com a presença da comunidade. Temos também o projeto da ‘Central de Atendimento ao Cidadão’, que prestará serviços como cópias de xérox, segunda via de documentos, e tudo isso será ofertado dentro do prédio da Casa. Tenho certeza que tudo que já conseguimos realizar e o que vem pela frente, ficará marcado nessa minha primeira gestão como presidente.

SF: O piso salarial da enfermagem gerou discussão em todo o País. A Câmara de Salgado não fugiu desse debate, ouviu representantes da categoria e aprovou o piso neste mês de setembro. Fale um pouco sobre esse processo.

AA: Olha, particularmente, eu achei injusto o PL para os efetivos porque as gratificações foram incluídas no piso. Tudo isso gera uma revolta da classe que tanto merece o nosso reconhecimento. Ouvimos o assessor jurídico do COREN/SE, Dr. André Kazucas, junto com a categoria e vimos que seria prejudicial aprovar o PL do jeito que ele estava naquele momento. Mesmo após todo o diálogo, quando coloquei o PL na pauta de votação, ele foi aprovado pela maioria. Meu objetivo não era reprovar o projeto e, sim, apresentar uma emenda modificativa para modificar um artigo onde incluiria direitos também para os efetivos. Desta forma, todos sairiam ganhando. Mas não foi possível!

SF: No início deste mês, o senhor anunciou o Projeto Câmara Itinerante. Em que passo estão as tratativas para a implementação e como funcionará essa iniciativa?

AA: Uma das minhas frentes de gestão é fazer com que a população participe ativamente das pautas propostas na Casa. Afinal, o nosso trabalho precisa ser em conjunto com os salgadenses. Por isso, criamos esse Projeto que será posto em prática neste próximo mês. Essa iniciativa levará o plenário para as comunidades, onde teremos sessões diretamente desses locais. É uma boa oportunidade para os vereadores conhecerem de perto as reivindicações do povo.

SF: Atualmente, como está o diálogo entre o Legislativo e Executivo? Há uma parceria em prol do desenvolvimento de Salgado?

AA: Em toda minha carreira política sempre prezei pela harmonia dos poderes, porque quando atuamos em conjunto, o município é quem sai ganhando. Sempre que recebemos os projetos do Executivo, faço questão de colocá-los na pauta com uma certa urgência, claro, após consultar as comissões, o jurídico da Casa. É desta forma que nós trabalhamos. Claro que há divergências, mas eu resolvo isso com trabalho que é o mais importante.

SF: Por falar em relação com o Executivo, o senhor anunciou recentemente a saída do agrupamento político do prefeito Givanildo Costa. O que motivou essa decisão?

AA: Foi uma decisão pensada criteriosamente com meus familiares e amigos. Ao longo desses anos, fui observando que não estávamos mais alinhados no mesmo propósito. Minhas convicções e meus valores pessoais foram se distanciando daquilo que o agrupamento do prefeito representa, atualmente. Então, após muitas conversas, resolvi me desligar do agrupamento e trilhar o meu caminho sem a perseguição do grupo. Vida que segue, pois o que realmente importa, para mim, é a qualidade de vida dos salgadenses.

SF: Esse rompimento mudará sua postura no Legislativo? A partir de agora, Amaral fará oposição direta ao prefeito?

AA: De forma alguma, a minha postura continuará a mesma. A minha saída do grupo não quer dizer que irei atuar com a oposição atual, mas trabalharei de forma independente. Fazendo as minhas cobranças e trazendo para a Casa as reivindicações da comunidade. É importante destacar que jamais compactuarei com a falta de compromisso e de responsabilidade que a atual gestão está tratando os recursos públicos. Irei atuar em prol do povo, assim como venho fazendo em meus mandatos.

SF: Sobre 2024, qual o futuro de Amaral? Pretende buscar um novo mandato de vereador ou deseja colocar seu nome à disposição da sociedade na disputa pelo cargo de prefeito?

AA: Durante esses três mandatos, venho me preparando e conhecendo a realidade dos salgadenses. Venho adquirindo o conhecimento necessário para atuar como gestor do Executivo. Me sinto preparado para poder mudar a vida da nossa gente, cuidar dos mais necessitados e gerir os recursos de forma responsável. Precisamos de um gestor que empregue esses recursos nas áreas que mais precisam de uma atenção, seja na assistência ao povo, na saúde, no esporte e, de forma clara e transparente, no município.

 

Da Redação do
Sergipe em Foco