Família acusa Huse de sentenciar idosa à morte
25/07/2014 -
“Minha avó foi condenada à morte”, diz um familiar de uma idosa de 101 anos. Familiares denunciam que o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) transferiu a paciente para o Hospital Fernando Franco sem autorização da família. De acordo com a denúncia, uma assistência social do Huse teria informado que a paciente Maria Francisca dos Santos não poderia ocupar uma vaga de UTI no hospital. A idosa continua internada na UPA Fernando Franco, sem o equipamento de UTI, que segundo os familiares a manteria viva.
Sua neta, a professora Fátima Andrade, a idosa foi levado ao Huse, após se queixar de mal estar. Hospitalizada na ala vermelha, as visitas foram suspensas. No dia seguinte, a família teria recebido uma ligação da assistente social do Huse, informando sobre a transferência. “A assistente social me ligou e informou que ela teria sido transferida para o Fernando Franco, mas o médico do Samu informou que não tinha condições de mantê-la viva sem UTI”, relata.
A professora conta ainda, que esteve mais uma vez no Huse e teria sido informada por um profissional que não teria como ocupar a vaga da UTI com uma idosa. “Eles sentenciaram minha avó à morte. Antes mesmo de tentarem salvar a vida dela. Por isso, prestei uma queixa na delegacia”, diz.
FHS
A assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) encaminhou explicações por meio de nota ao Portal Infonet. De acordo com a assessoria ao chegar ao Huse, a paciente apresentava um quadro clínico compatível com SETSE (infecção generalizada) com foco pulmonar, sendo necessário o tratamento de antibioticoterapia, hidratação venosa e suporte ventilatório com ajuda de aparelho (ventilação mecânica).
Ainda segundo a FHS estes recursos devem estar disponíveis em qualquer sala de estabilização conforme preconiza o Ministério da Saúde. Houve a regulação entre os médicos do Huse e da UPA Fernando Franco. O plantonista da UPA, ciente das necessidades da paciente, aceitou a regulação. O médico da UPA garantiu a continuidade da assistência à paciente.
Em relação a falta de comunicação com a família, a FHS diz que a aceitação da família não seria um fator de impedimento, pois o objetivo era salvaguardar a vida da paciente, uma vez que o Huse estava com a capacidade instalada completa de pacientes críticos. Quanto ao fato da disponibilização de leitos da UTI, o Huse possui critérios internacionais de admissão para pacientes críticos em sua UTI, que contam com indicadores de instabilidade, hemodinâmica, diagnóstico e prognóstico.
"O Huse é o único hospital público terciário para o atendimento de pacientes politraumatizados e estava com sua área vermelha com sua capacidade instalada totalmente ocupada, o que poderia comprometer a assistência à paciente. Ainda quanto aos leitos de UTI, a paciente pode ter acesso a esses leitos contratados pelo município de Aracaju, disponíveis no Hospital São José, Hospital Universitário e Fundação Filantrópica Hospital Cirurgia. A porta de acesso desses leitos são as UPAS do município de Aracaju, sendo necessária a regulação médica entre médico da UPA e o de uma dessas UTIS", esclarece a nota.
A nota da FHS acrescenta que o Huse conta 65 leitos de UTI adulto e 10 pediátricos. Não há leito desocupado, pois sempre há demanda para a ocupação com pacientes aguardando na área vermelha (onde os pacientes críticos são assistidos enquanto aguardam vaga em UTI). Os critérios de admissão de UTI são universais. O fato de um paciente não ter acesso a um leito de UTI não quer dizer que ele fique desassistido ou que ainda não sobreviverá ao seu agravo. Tanto a área vermelha como uma sala de estabilização, como é o caso da UPA, estão preparadas para oferecer suporte necessário ao paciente para a garantia de sua sobrevivência.
Sobre a paciente, a assessoria afirmar que "A paciente em questão poderia ter sua ida à UTI postergada em virtude da grande demanda de pacientes politraumatizados que chegam constantemente à área vermelha do Huse. A ida desses pacientes devem preencher esses critérios de admissão em Unidades de Terapia Intentsiva. O médico que estava de plantão na UPA no domingo (20) não apresentou nenhuma observação quanto à falta de condições para a assistência à paciente em questão. Aceitou-a dentro da forma legal preconizada", diz a nota.
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