Felipão: "Chile tem catimba, qualidade e organização"
Felipão: ele não queria, mas o Chile vem aí (foto: L C Moreira/ FuturaPress)
Felipão: ele não queria, mas o Chile vem aí (foto: L C Moreira/ FuturaPress)
Por Igor Matheu, de Brasília
24/06/2014 -
Em entrevista coletiva realizada logo após a vitória do Brasil no estádio Mané Garrincha, em Brasília, o técnico Luís Felipe Scolari ressaltou a dificuldade de jogar com o Chile na próxima fase. Para o treinador, a equipe não era seu adversário “favorito” para as oitavas-de-final.
 
“Eu joguei contra o Chile muitas vezes, vi suas qualidades e as dificuldades do Brasil em jogar. Algumas pessoas achavam que o Chile seria descartado logo, mas acontece que eles têm qualidade. Se eu pudesse escolher, escolheria outra seleção, pois acho o Chile mais difícil por ser uma equipe sul-americana que joga com catimba, qualidade e organização”.
 
Fred e Neymar
O técnico do Brasil também comentou sobre o desempenho de Fred, que desencantou na Copa e marcou seu primeiro gol. “O Fred está muito ansioso.  Ele é um jogador que tem que fazer a parede, escorar, porque é forte, alto, salta bem. Mas acho que ele estava se livrando da bola muito rapidamente, querendo participar, afoito para fazer o gol. Mas as coisas vão acontecer normalmente. Na Copa das Confederações também foi assim. O Fred é um jogador da minha inteira confiança e acho que ele só tende a crescer”.
 
Felipão também destacou o papel diferenciado do atacante no desenho tático da equipe nesta segunda. “Ele teve um posicionamento diferente, ajudando na marcação e se posicionando como fazia na Copa das Confederações. Acho que ele ainda não é o Fred daquele torneio, mas só tende a crescer”. Scolari ainda fez pouco caso do fator “dependência de Neymar”, tão alardeado nas mídias nacional e internacional.
 
“Dependemos do Neymar assim como a Argentina depende do Messi, como outros times dependem de um ou de outro. Alguns jogadores são diferentes, craques fazem a diferença em qualquer seleção. E o Neymar alem de tudo é muito participativo. Já elogiei muitas vezes o [técnico] Muricy Ramalho no Santos por incutir nele a necessidade de marcação, de deixar um pouco de criar para ajudar o grupo”, disse.
 
O fator Fernandinho
Por fim, o técnico pentacampeão em 2002 comentou a participação de Fernandinho – que entrou bem e até marcou gol em sua estreia na Copa do Mundo –, mas não garantiu sua titularidade no grupo. “Foi uma entrada boa, providencial, com bom passe. Quando colocamos alguém no time é porque estamos observando o trabalho e achamos que aquele momento é o melhor. No caso de hoje, a entrada dele foi boa. Mas a natureza não dá saltos. É devagar”, concluiu, enigmático.