Gilson Andrade valoriza Sergipe com dia oficial do Barco de Fogo
Assessoria de Imprensa
11/06/2014 -

O dia 11 de Junho é uma data especial no calendário Cultural do Estado de Sergipe e em particular, para Estância, cidade que não só respira cultura, mas que carrega em seu codinome o título de Berço da Cultura Sergipana. De autoria do deputado estanciano Gilson Andrade, PTC, a lei nº 117/2011 instituiu essa data no calendário oficial do estado de Sergipe como uma forma de homenagear o seu criador, Chico Surdo.

 

Através desse projeto de lei, Gilson Andrade almejou a valorização e preservação dessa cultura que há décadas surgiu e desde então encanta gerações. O Barco de Fogo está intimamente enraizado dentro da cultura e da paixão dos Sergipanos, fazendo a alegria, embalando sonhos e seduzindo a todos com sua beleza que lhes é peculiar, e que precisa de fato de uma valorização e respeito por ser eminentemente uma obra de arte que pertence não só a Estância, Cidade da sua Criação, mas a todos os Sergipanos e Brasileiros que se veem encantados com a magia desse espetáculo.

 

No dia 11 de junho, data em que completaria mais uma primavera caso estivesse vivo, Faz-se oportuno destacar um pouco da história desse Homem, cujo nome é Francisco da Silva Cardoso, mais conhecido como Chico Surdo e que nasceu em Estância, no dia 11 de junho de 1907 na Rua Voluntários da Pátria, Bairro Botequim, daí o embasamento para que essa data seja a escolhida para comemorar o "Dia do Barco de Fogo".

 

Chico Surdo era funcionário público e exerceu a profissão de jardineiro na sua Cidade natal com muito louvor e talento, como ficou evidenciado nas esculturas criadas por ele nas árvores dos jardins da Cidade. Nas horas vagas costumava sair de barco para pescar e sempre aspirou ser marinheiro, o que não foi possível devido à deficiência auditiva que o acometeu ainda jovem, vindo daí o apelido de "Chico Surdo". Mesmo perdendo a audição ainda na juventude, Chico fez o curso primário e sabia ler e escrever e por isso era fácil se comunicar com esse homem que aos poucos acabou se tornando, sem dúvidas, um grande expoente do exercício da cidadania, pois era um apaixonado por política e mesmo com sua deficiência não perdia um comício e por fim, vestia-se de terno e gravata para exercer seu direito de votar.

 

Era animado e gostava muito de festas, principalmente as festas juninas que era a sua paixão. Durante esse período se dedicava a fabricação de fogos de artifícios e de sua tão esperada obra o "Barco de Fogo".

 

A primeira tentativa de criar o barco de fogo se deu através da experiência com uma espada correndo em um fio de arame. Em seguida criou um barquinho de papelão e nele fixou as espadas, o ornamentou e pendurou no fio de arame para que ele deslizasse, e nesse momento percebeu que era uma ideia muito boa, e com a minúcia que lhe é peculiar, notou que o papelão era muito leve e começou a imaginar uma estrutura que o deixasse no peso ideal para uma apresentação perfeita, dando origem então ao Barco de Fogo, engenharia popular criada através da simplicidade e humildade de um ilustre cidadão estanciano que, com sua capacidade artística, o criou para talvez quem sabe, ver realizado um sonho seu de ser marinheiro.

 

Atualmente o Barco de Fogo evoluiu e hoje é, sem sombras de dúvidas, uma das maiores, se não for a maior, expressão popular cultural do município de Estância, orgulho dos nativos e objeto de cobiça, curiosidade e encanto dos turistas que aqui chegam e ficam fascinados com tamanha riqueza cultural, beleza e espetáculo.

 

Sem sombras de dúvidas, a lei nº 117/2011 irá, elevar a importância da valorização da cultura de Estância e com isso homenagear um ilustre estanciano que criou um marco cultural nos festejos juninos, com o seu barco correndo sobre fios, em um espetáculo de fogo e luz que só o descreve quem já teve o prazer de vivenciá-lo.

 

Chico Surdo faleceu em 04 de maio, dia do aniversário de Estância, em 1971, de infarto, com 64 anos e deixou para todos os estancianos sua criação, um presente passado de geração por geração e que hoje enche de orgulho todos os sergipanos que agora comemoram o dia 11 de junho como "Dia do Barco de Fogo", patrimônio dos estancianos, dos sergipanos e dos brasileiros.