Em tempos de cortes de comissionados, redução de secretarias e extinção de gratificações e empresas públicas, o Governo do Estado gastou, ao longo deste ano, mais de R$ 100 milhões com terceirizações. Levantamento realizado com exclusividade pelo JORNAL DA CIDADE, a partir das informações contidas no Portal da Transparência estadual, analisou contratos firmados por diversos setores da administração com 51 empresas, que somaram exatos R$ 102.611.227.
A terceirização dos serviços está diretamente ligada ao fornecimento de mão-de-obra para as áreas de segurança, tecnologia da informação e informática, conservação e limpeza, manutenção das secretarias e de prédios públicos, obras e serviços administrativos e de consultoria.
A maioria das secretarias e empresas do governo fazem uso dos serviços terceirizados. A reportagem localizou contratos firmados por secretarias como Educação, Segurança Pública, Esporte e Lazer, Comunicação, Cultura, Fazenda, Inclusão, Direitos Humanos, Planejamento, Infraestrutura, Saúde, Justiça e Desenvolvimento Urbano.
Empresas como Codise, Pronese, Cohidro e Emgetis também contrataram terceirizados, além do Ipes, que faz uso constante desse tipo de serviço.
Trivale
Do bloco de contratos analisados pelo JC, o de valor mais elevado foi o firmado com a Trivale Administração, de R$ 21,4 milhões. Não é à toa que a empresa desenvolve ações em áreas diversas, atuando na manutenção, supervisão e coordenação administrativa e financeira de secretarias e órgãos, além da gestão da frota de veículos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, da implantação de sistemas de água e da manutenção de atividades socioassistenciais da Secretaria de Inclusão Social.
Setores
Por áreas de atuação dos terceirizados, destacam-se os contratos que são relacionados à segurança patrimonial e de órgãos públicos, que somaram mais de R$ 23 milhões em 2014. Prestam esse tipo de serviço ao governo empresas como a Brava (contrato de R$ 6 milhões), ESV (R$ 1,4 milhão), Sacel (R$ 4,5 milhões), Franca (R$ 240 mil), Pinheiro Segurança (R$ 5,8 milhões), NC Vigilância (R$ 2 milhões) e Multseg (R$ 3 milhões).
Relacionado ainda à segurança, mais especificamente ao setor prisional, o governo possui um contrato com a empresa Reviver, que administra os presídios sergipanos. Através da Secretaria da Justiça, o contrato com a Reviver é de quase R$ 10 milhões. Há também um contrato com a empresa IAC Prestadora de Serviços, de mais de R$ 2,2 milhões. A maior parte dos serviços foi firmado com a Fundação Renascer, para a locação de mão-de-obra e de melhorias nas instalações socioeducativas.
Há ainda outros contratos milionários com empresas como a Barros e Santos Empreendimentos, no valor de R$ 1,5 milhão, a Brisa Mar Restaurantes Transportes e Serviços (R$ 7,2 milhões), a CCP Serviços (R$ 1,6 milhão), a Staff Assessoria Empresarial, Empreendimentos e Serviços (quase R$ 3 milhões), a RomaleCompany Comercial e Serviços de Locação de Mão-de-Obra (de R$ 3,9 milhões), a Projetar Construções e Serviços (R$ 1,5 milhão), a Novo Conceito (R$ 2,6 milhões), a Multserv Comércio e Serviços (R$ 3,7 milhões) e IT Consulting Informática (R$ 4,7 milhões).