Técnicos do Departamento de Renda e Cidadania (DRC) da Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides), realizaram a entrega de 11 mil alevinos a 26 famílias de pequenos piscicultores do povoado Betume, município de Neópolis, território do Baixo São Francisco sergipano.
As famílias estão inseridas no projeto de Inclusão Produtiva, executado pela Seides e financiado por meio de convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), voltado para a criação de peixes tilápia em tanques-rede de modo a promover a geração de renda para as comunidades atendidas.
Somente para o povoado Betume, o investimento total é superior a R$ 324 mil. Além de Neópolis, o projeto beneficia cerca de 200 pessoas nos municípios de Santana do São Francisco, Telha, Ilha das Flores, Graccho Cardoso e Pirambu, totalizando seis municípios e sete comunidades, através de um investimento que se aproxima dos R$ 2 milhões. Até outubro deste ano, a iniciativa resultará na comercialização de 27,5 toneladas de tilápia, peixe de grande valor comercial na região pelo sabor de sua carne.
Fase prática
A entrega dos alevinos - que são filhotes de peixes -, já representa a fase prática do projeto. Mas antes de chegar a essa etapa tão importante, os piscicultores participaram de capacitação teórica sobre associativismo, cooperativismo, além de receber todos os equipamentos necessários à implantação e incremento da criação do peixe em tanques-rede.
Além do material pesqueiro, os piscicultores recebem acompanhamento técnico e permanente da empresa Aquatrix Consultoria e Projetos Ltda, responsável por prepará-los para o manejo nesta modalidade de pesca, que já pode ser considerada autossustentável.
Com todas as ferramentas nas mãos, o sucesso do projeto depende unicamente da dedicação dos grupos familiares envolvidos, como explica a diretora do Departamento de Renda e Cidadania da Seides, Heleonora Cerqueira.
“As capacitações passaram. Hoje o projeto começou, de fato, porque é a hora de colocar a mão na massa. Para dar certo, é preciso a união do grupo. O governo chegou com toda estrutura pesqueira, técnicos e engenheiro de pesca, pessoas com conhecimento para que esse empreendimento seja um sucesso e, principalmente, se torne um ganha pão para todas as famílias. Conto com o empenho e dedicação de todos. Quero chegar aqui, no dia da despesca, e ver esses peixes grandes e já com destino comercial”, incentiva a diretora do DRC.
Responsável Técnico na Aquatrix, Marcelo Chamas lembra que antes da etapa prática, os piscicultores também receberam capacitação sobre alimentação e aclimatação dos alevinos. “Eles foram preparados. A partir de hoje, estão começando a tocar o barco. Fico feliz porque mantivemos a tradição familiar dessas pessoas: a atividade de pesca, além de darmos uma alternativa rentável, porque só com a pesca convencional eles não conseguem sobreviver de forma decente”.
Marcelo Chamas calcula que a criação de 10 mil peixes, por exemplo, totaliza 5 toneladas a cada dois meses, a depender do peso do peixe. “Isso possibilitará uma ordem de renda superior a um salário mínimo por família mensalmente, com a diferença de que eles trabalham no projeto dois dias na semana, ou seja, a remuneração do projeto não impede que continuem em outras atividades”.
Esperança
O pescador Cícero Romão Batista de Moura, 54 anos, é um entusiasta do projeto. Dedicado ao trabalho, ele evidencia a força de vontade de cada participante em querer acertar.
“O rio já não dá mais peixe em abundância. Eu estou bastante esperançoso e esperando que as coisas melhorem com esse projeto. Só precisamos de união para seguir em frente. Creio que vai dar tudo certo. No dia que a gente ver aquele peixão brotar dos tanques será uma grande alegria. A gente vive da pesca para sobreviver, e temos que ter amor e esperança”.
Os irmãos Reginaldo Paulo dos Santos e Osvaldo Paulo Filho têm ciência do potencial do projeto para alcançar grandes resultados.
“Estou nessa profissão de pescador há mais de 20 anos. Desde pequeno ajudamos o nosso pai. É da pesca que tiramos nosso sustento. Quando vi o projeto chegar aqui em Betume, me deu uma alegria sem tamanho. Estamos nos organizando para que o projeto seja um sucesso”, acredita Reginaldo. Seu irmão Osvaldo também compartilha da opinião. “O governo deu as ferramentas, agora é com a gente”, complementa.
Natividade Bezerra é uma das 13 mulheres do grupo em Betume. Com 52 anos, sendo metade dedicado à pesca, ela disse que acredita no projeto e quer dar uma vida digna aos netos. “A partir de agora, a nossa esperança só aumenta. É um cantinho pra gente produzir. Agora, com essa estrutura maravilhosa, a tendência é crescer”.
O presidente da Associação dos Pescadores de Betume, Márcio José Feitosa sabe do compromisso permanente do governo para fomentar a inclusão produtiva e ajudar a desenvolver comunidades em situação de vulnerabilidade. “Estou tocando esse projeto com toda força. Acredito nele e acredito em nosso sucesso”.
O Projeto
Além de fornecer todos os equipamentos, capacitação e assistência técnica continuada, o projeto ainda oferece insumos (ração e alevinos) na proporção de 100% para a primeira produção; 70% para a segunda produção e 25% para a terceira produção.
A ideia é gerar sustentabilidade e renda com a produção e a venda desses peixes. Assim que concluído o projeto, os próprios piscicultores já terão conhecimento e capital de giro para continuar com a produção. O próximo município a receber os alevinos é Graccho Cardoso, num investimento superior a R$ 312 mil. A entrega acontece nesta terça-feira, dia 3.
Governo entrega 11 mil alevinos a famílias de piscicultores em Neópolis
02/06/2014 -
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