Impeachment: vice-prefeita promete auditoria em Canhoba
Cássia Santana - Portal Infonet
15/06/2016 -

A vice-prefeita de Canhoba, Maria Helena de Andrade Torres (PT do B), acompanha a sessão extraordinária da Câmara Municipal, onde os vereadores estão apreciando o pedido de impeachment da prefeita Elenalda Pereira (SD), nesta quarta-feira, 15. A vice revela que a prefeita até impedia que ela entrasse na sede do Poder Executivo do município e classificou como “horríveis e sérias” as denúncias que envolvem a administração municipal.

 

Sendo aprovado o pedido de impeachment, a prefeita será notificada e afastada imediatamente, conforme explicações do assessor jurídico da Câmara, João Bosco. A vice-prefeita será empossada no cargo pelo presidente da Câmara Milton Santos, após a notificação dirigida à prefeita e comunicação à justiça eleitoral, procedimentos que deverão ser adotados pela Presidência da Câmara após o final da votação em plenário.

 

A vice-prefeita garante que, sendo empossada, priorizará o pagamento dos salários dos servidores. Segundo ela, a prefeitura está sem pagar os salários do funcionalismo há cerca de 90 dias. “Não sou favorável ao impeachment. Mas diante das coisas que estão acontecendo, a gente tem que estar do lado do povo, que está sofrendo muito”, comentou, em conversa com a equipe do Portal Infonet. “O povo está com expectativa de nada aqui”, lamentou.

 

A vice-prefeita revela que o primeiro passo, assumindo o comando da administração municipal [em caso de aprovação do impeachment], será a instalação de uma auditoria para identificar como estão as finanças públicas. “Vou ver a situação financeira para pagamento da folha porque tem 90 dias que ninguém recebe nada aqui e os servidores já estão passando necessidade”, informou.

 

Maria Helena era aliada e disse que, à época em que decidiu compor a chapa majoritária encabeçada pela prefeitura para disputar a prefeitura, teria acreditado nas propostas da prefeita Elenalda Pereira. “Mas ela fingiu o tempo todo, escondeu toda a máscara de má administradora e a máscara caiu assim que as urnas foram fechadas e o tempo todo dizia que eu não era nada, que vice não mandava em nada, não me deu chance para trabalhar e me impedia de entrar na prefeitura”, reclama a vice-prefeita.

 

Com pouco mais de 4 mil habitantes [estimativa do IBGE em 2013], a cidade praticamente parou para acompanhar o destino da prefeita Elenalda Pereira. Pela manhã, choveu um pouco, mas as pessoas se concentraram em frente ao Poder Legislativo e também se acomodaram nas dependências da Câmara.

 

Na porta, foi instalado um equipamento de sonorização, dando oportunidade aos moradores da cidade a acompanhar as manifestações dos parlamentares. Uma equipe da Polícia Militar está acompanhando a sessão plenária, mas o clima é de tranquilidade.