A partir do dia 30 deste mês, a venda de álcool líquido 70% em supermercados e farmácias será proibida. A medida tem gerado dúvidas entre a população sobre qual produto utilizar para a higienização adequada. Em resposta a essas preocupações, o Instituto Tecnológico e de Pesquisa do Estado de Sergipe (ITPS), órgão vinculado à Secretaria do Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), orienta sobre alternativas viáveis para substituir o álcool 70% líquido.
A venda do produto havia sido flexibilizada em 2020, em razão da pandemia da Covid-19. Com o prazo delimitado para acabar com os estoques, os estabelecimentos devem parar com a comercialização ainda este mês. A medida, anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tem como justificativa a prevenção de acidentes domésticos, já que o álcool é inflamável e tóxico.
A coordenadora do Laboratório de Microbiologia do ITPS, Rejane Batista, explica que existem algumas alternativas de prevenção que podem ser adotadas. Entre as opções recomendadas está a solução de hipoclorito de sódio, popularmente conhecida como água sanitária. "Dilua a água sanitária em água para obter uma concentração de cerca de 0,05% de cloro ativo”, destacou.
Além disso, Rejane Batista detalha como o procedimento pode ser feito. Deve-se encher com água potável, até um pouco mais da metade, um recipiente com capacidade de um litro; depois, basta acrescentar 25 mililitros de água sanitária e, por fim, completar o volume restante com mais água potável, agitar, rotular e armazenar em um armário fechado. A mistura tem que ser mantida fechada, protegida da luz, do sol, dentro de um armário e fora do alcance de crianças. O ácido hipocloroso não evapora dentro da embalagem fechada.
A especialista ainda explica que essa solução pode ser utilizada para desinfetar área ou objeto, mas deve-se ter cuidado, pois concentrações mais altas podem ser corrosivas e irritantes para a pele.
Outra alternativa é a água oxigenada, que pode ser utilizada para substituir o álcool 70%. “Ela é eficaz na desinfecção de áreas ou objetos. No entanto, sua eficácia contra alguns vírus pode ser limitada em comparação com o álcool. Também existem diversos desinfetantes disponíveis no mercado que são eficazes contra uma ampla gama de microrganismos, incluindo vírus”, orienta Rejane, ao destacar que é preciso seguir as instruções do fabricante para obter os melhores resultados.
Além das alternativas mencionadas para a desinfecção, é importante ressaltar a importância do uso regular de água e sabão para a higienização do corpo. “Lavar as mãos e outras partes do corpo com água e sabão é uma das medidas mais eficazes na prevenção da propagação de bactérias e doenças infecciosas”, garante Rejane, ao enfatizar que esta é uma prática simples e, quando realizada de forma correta e frequente, contribui significativamente para a manutenção da saúde e o controle de infecções.
Apesar de o álcool líquido estar sendo proibido devido aos riscos de inflamabilidade e toxicidade, o álcool em gel continua sendo uma opção segura e eficaz para a desinfecção das mãos.
"É fundamental lembrar que, independentemente do desinfetante utilizado, é essencial seguir as instruções de uso e garantir uma boa técnica de limpeza para assegurar a eficácia na prevenção de infecções e viroses. Além disso, em ambientes onde o álcool 70% é o padrão recomendado, qualquer substituição deve ser cuidadosamente avaliada quanto à sua eficácia e segurança", alerta Rejane Batista.
Entenda a decisão
De acordo com a Anvisa, a razão para a proibição é a classificação do produto como inflamável. O álcool líquido 70% foi vetado para comercialização em 2002, devido ao alto número de incidentes associados ao seu uso. No entanto, durante a pandemia de Covid-19 em 2020, a venda do produto foi retomada devido à urgência sanitária.
Fonte: ITPS