O secretário de Estado da Saúde, José Sobral, recebeu nesta segunda-feira, 15, o coordenador do Programa de Transplante de Fígado, Pâncreas e Rins do Hospital Bandeirantes e Hospital de Beneficência Portuguesa, de São Paulo, e membro do grupo Hepato, Marcelo Perosa. Ele veio a Sergipe apresentar o projeto Transplantes Sem Fronteiras, uma iniciativa que desenvolve capacitações a profissionais para ampliar o número de equipes transplantadoras no país.
A reunião contou com a presente do coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez, com o diretor de Gestão de Sistemas da Secretaria de Estado da Saúde, Hélio Farias, e representantes do Hospital Universitário (HU).
“A ideia é fazer com que o transplante cresça no Brasil, assim como a doação. Após analisar as lacunas de transplantes no país, há mais de 10 anos capacitamos profissionais e, por razões diversas, muitos voltam para seus estados de origem e não conseguem iniciar as atividades. A nossa proposta é trazer a capacitação aos profissionais sergipanos para que os transplantes sejam realizados aqui mesmo, sem que as pessoas precisem ir até outras capitais para depois entrar na fase de transplantação”, comentou Marcelo Perosa.
Ainda segundo o representante do projeto Transplantes Sem Fronteiras, “Sergipe tem potencial para alavancar na área de transplantes mas não realiza todos neste momento. Queremos trazer a experiência vivida em outros estados com dificuldades semelhantes, para tentar fazer com que Sergipe avance nessa área. O próximo passo é apresentar ao secretário os contratos, escolher os hospitais envolvidos, montar equipes que serão parcerias para começar a trabalhar”.
Para Benito Fernandez, coordenador da Central de Transplantes, Sergipe, no momento, realiza apenas transplantes de córneas. "Os demais órgãos são captados e disponibilizados para a Central Nacional de Transplantes, que também beneficia pacientes sergipanos. Em 2013 foram captados e enviados para outros Estados nove órgãos: seis rins e três fígados. Em 2014 o número de órgãos captados saltou para 22: 12 rins, seis fígados, três corações, e um pâncreas".
Para Benito Fernandez, esse projeto é o marco na retomada dos transplantes em Sergipe. "Os sergipanos merecem que os transplantes voltem a ocorrer no estado, e essa parceria com os Transplantes sem Fronteiras será de grande valia".
Para o secretário de Estado da Saúde, José Sobral, a proposta do projeto Transplantes Sem Fronteiras é positiva, visto que o maior beneficiário será o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), que, na necessidade, poderá fazer o procedimento na cidade de origem, sem precisar se deslocar para São Paulo, por exemplo.
“Mesmo assim, é preciso analisar todas as propostas, fazer um amplo estudo e verificar qual é o hospital que tem capacidade para ser transplantador. A rede particular de saúde de Sergipe é categórica e não tem interesse. Na nossa opinião, o Hospital Universitário (HU) possui todas as condições para isso. É uma questão que pode ser muito viabilizada e o HU pode desempenhar amplamente esse papel. Vamos também conversar com o município de Aracaju porque há necessidade de parcerias”, destacou José Sobral.
O gestor Estadual da Saúde, enfatizou: “vamos estudar a fundo para que possamos trazer este programa. Seria ótimo trazer tecnologia, formação profissional. Sergipe tem muitos profissionais saindo das universidades e que podem se especializar na área para abrir um leque maior no mercado. É preciso criar um ambiente propício a isso. Analisaremos toda a proposta, queremos firmar parcerias para beneficiar o usuário do SUS. 50% da fila dos transplantes em São Paulo provém de outros estados. Muita gente vai para são Paulo custeado pelo Estado através do serviço Tratamento Fora de Domicílio (TFD), mas há todo um contratempo para a família. O projeto evita a migração e o paciente tem o atendimento de alta complexidade perto da moradia, da família e com baixo custo”.
Transplantes Sem Fronteiras
O Transplantes Sem Fronteiras é um projeto para descentralização dos transplantes no Brasil e tem como foco ampliar a curva de aprendizado e promove mudança e a inserção dos centros transplantadores nacionalmente. A iniciativa já atua em Goiás, no Distrito Federal, no Acre, em São Paulo, no Pará, e já estuda outros mercados para formar parcerias.
“Os profissionais da região também se beneficiam com o aprendizado. Chegamos ao estado, buscamos estrutura, selecionamos a instituição e os profissionais e fazermos a intervenção com o Estado. O projeto Transplantes Sem Fronteiras está na mão do Ministério da Saúde. Buscamos formar um time nacional, com a chancela do Ministério”, conclui Marcelo Perosa.
José Sobral recebe equipe do projeto Transplantes Sem Fronteiras
16/06/2015 -
Outras Notícias