O neurocirurgião do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Rilton Morais, promoveu uma polêmica nas redes sociais ao criticar as condições de trabalho no hospital. O comentário do médico teve grande repercussão e o debate foi levado ao SETV 1ª edição desta segunda-feira (20).

 

O médico Rilton Morais veio até os estúdios da TV Sergipe, e a superintendente do Huse, Lícia Diniz, participou ao vivo diretamente do hospital. A médica negou todas as acusações e responsabilizou o neurocirurgião pela falta da estrutura durante a cirurgia denunciada.    

 

“Um ou outro material pontualmente pode faltar. Principalmente, quando a cirurgia é feita de emergência. Ai sim, temos dificuldades, para repor algum material consignado”, disse Lícia Diniz.

 

“O meu desabafo foi por causa de uma urgência, a artéria do cérebro de uma criança rompeu. Precisou-se realizar uma operação com urgência e simplesmente não tinha material para o procedimento, o instrumental não funciona, o microscópio também não funciona. Doutora Lícia coloca que eu quero material ao nível do Hospital Albert Einstein, isso não é verdade, eu só quero que o microscópio funcione. Se eu conseguir ver o cérebro já está de bom tamanho”, explica Rilton Morais. 

 

De acordo com a surpreendente do Huse, todos os materiais citados pelo neurocirurgião fala existem no hospital e o responsabilizou pelo ocorrido. “Para uma criança pequena as vezes é necessário buscar material fora do Estado. Então é de bom tom que ele fizesse a cirurgia eletivamente. Já que ele já tinha o diagnóstico dessa criança há uma semana e não fez a cirurgia e não marcou a cirurgia. Portanto, aguardou que a cirurgia acontecesse de emergência e na emergência realmente fica tudo mais difícil” critica.

 

 “Vamos ao Huse e ver se existem essas provas contra mim que a superintendente falou. Tenho todas as documentações dos vários anos que venho solicitando, inclusive todas essas solicitações estão no Ministério Público Estadual. Doutora Lícia fala que o Huse é um lugar de gente corajosa e não de covardes, os covardes saem da linha de frente e vão para gestão”, rebateu Rilton. 

 

O médico revela que utilizou a rede social para fazer a denúncia pelo fato de não suportar mais as condições de trabalho no Huse. “A angústia me levou ir até uma rede social e expor tudo que sinto. Estou cansado de ver isso sozinho, sou atacado pelas redes sociais por defensores do governo, mas eu não estou atacando governo. Seja qualquer governo, eu preciso de condições de trabalho”, desabafa.