O secretário de Estado da Segurança Pública de Sergipe, Mendonça Prado, garantiu aos deputados estaduais na tarde desta segunda-feira, 9, que a violência no estado está diminuindo. De acordo com ele, em janeiro de 2015, foram 117 homicídios e em fevereiro, 108.
“Houve crescimento da violência em 2014 e já há o indicativo de queda em 2015. Depois de algum tempo, não é porque mudou a equipe de trabalho, nós estamos constatando neste momento na segurança pública de Sergipe o indicativo de queda. Os números estão provando em janeiro 117 e em fevereiro 108, e não é porque fevereiro tem dois dias a menos, então façamos uma equação para verificar a média dos dias de fevereiro e acrescente mais dois dias como se tivéssemos constatado crimes de homicídios naquelas duas datas. Pelo menos neste instante há uma redução do crime”, destaca o secretário.
"Sabemos que a violência não se reduz de um dia para outro, estamos trabalhando para que brevemente tenhamos a estabilização da violência e posteriormente a queda desses números. Graças a Deus a Assembleia ao nos convidar, deu sorte de trazermos o efeito positivo. Tivemos crimes de grande repercussão e trouxemos para apresentar aos senhores a eficiência das duas polícias militar e civil, elucidados de forma rápida, o que significa que a polícia está agindo”, ressalta citando a elucidação dos crimes que tiraram a vida de um empresário no Mosqueiro, de um taxista na Aruana e de uma estudante no conjunto Bugio.
Adolescentes
Sobre a prática de crimes por adolescentes, Mendonça Prado disse ser preciso realizar um debate construtivo e não passar a ideia para a sociedade de que há a necessidade apenas da polícia. “Dizer que estamos precisando apenas de polícia, não é verdade, estamos precisando de polícia, mas de uma participação mais efetiva de todos os segmentos da sociedade e principalmente do pai e da mãe. Outro dia chegaram três crianças apreendidas, uma de nove, uma de 10 e uma de 11 e quando há a constatação de que o ato está sendo praticado por uma criança dessas, vemos que falta o pai, a mãe e a família”, lamenta.
Ao ser lembrado pelo autor do requerimento, deputado Valmir Monteiro (PSC), dando conta de que para conseguir a emissão da Carteira de Identidade, a população precisa dormir na fila e de que em Lagarto, bares tradicionais estão funcionando apenas pelo dia, devido à violência, Mendonça Prado foi enfático: “Vossa Excelência foi prefeito por quatro anos e não conseguiu resolver tudo, agora quer que eu resolva em 20 dias”.
Drogas
Mendonça Prado lembrou que o Brasil é um país de dimensão continental com mais de 17 mil quilômetros de fronteira. "E todos sabem que em Sergipe não se produz uma grama de cocaína. Quando alguém aspira uma ou duas vezes já se torna vulnerável para o cometimento de crimes. O grande problema foi o ingresso do crack no nosso território sergipano. O crack é o combustível e nós que fazemos a segurança devemos chamar pra si todas as questões chamadas à violência e ter a responsabilidade de combate-lo, mesmo sabendo que nem a polícia militar e nem a civil são responsáveis para fechar as fronteiras, mesmo assim o fazemos", enfatiza.
Oposição
Em entrevista à imprensa, o deputado Valmir Monteiro respondeu: “Sobre a segurança em Sergipe infelizmente a situação está muito difícil, pra tirar uma carteira de identidade tem que dormir na fila. Espero que esse entusiasmo do secretário possa resolver. Em Lagarto, o comércio está fechando como restaurantes que só funcionam pelo dia porque não tem policiamento. Ele disse que em 20 dias eu quero que ele resolva a questão da segurança, mas eu não sou doido para querer isso, espero que ele faça o que eu fiz em quatro anos”.
O líder da oposição, capitão Samuel Barreto, destacou que pela explanação e pedido de 100 dias para encontrar o diagnóstico, o secretário tem o dever de estar estudando para encontrar o caminho de combate à violência.
“Ele pediu sem dias, acho que deve estar estudando e eu espero que ao final do prazo retorne com uma solução, porque a população quer resultados com a redução da criminalidade em Sergipe. Esse dado que ele falou foi pontual, mas disse que a Polícia Civil elucidou 80% dos casos ano passado e este ano já tivemos 225 homicídios e na apresentação dele, apenas 30 casos elucidados. Acho que ele está estudando muito, mas precisamos de resultados. Não é por três homicídios a mais e três a menos que devemos comemorar”, entende.