Óleo nas praias: Ibama analisa punição para os culpados
Foto: André Moreira/Equipe JC
Foto: André Moreira/Equipe JC
Antônio Carlos Garcia/ Jornal da Cidade
28/04/2015 -

Uma equipe composta por seis analistas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Bens Naturais Renováveis (Ibama) em Sergipe está acompanhando e supervisionando os trabalhos da Petrobras na limpeza das praias da Caueira e Coqueirinho, em Itaporanga D’Ajuda, Saco e Abaís, em Estância, Mangue Seco e Costa Azul, na Bahia, afetadas com o vazamento de sete metros cúbicos de óleo, ocorrido na quinta-feira da semana passada. O superintendente do Ibama, Manoel Rezende Neto, disse que somente depois desse trabalho emergencial é que a equipe fará uma análise e decidirá se aplicará multa ou não à estatal. Por enquanto, não há um prazo para que este laudo fique pronto. Mais de dez quilômetros da costa de Sergipe e Bahia foram afetados.

 

De acordo com Manoel Rezende, os analistas vão averiguar se houve impacto ambiental em decorrência do vazamento, suas implicações no campo sócio econômico, porque na área moram populações tradicionais. “E vamos ver também, como impactou para outros cidadãos, a exemplos dos turistas. Se problema impediu o lazer deles. Outra comprovação que precisamos ter é com relação à fauna marinha. Vamos ver se aparecem peixes mortos. E se isso ocorrer, se estas mortes tem relação com o vazamento de óleo”, explicou o superintendente do Ibama.

 

Por enquanto, o Ibama não pode falar a respeito de prazos para emissão do laudo, como também não pode adiantar se haverá ou não uma multa contra a Petrobras. Manoel Rezende esclareceu que dos seis analistas deslocados para esse trabalho, quatro deles estão nas praias acompanhando a equipe de limpeza da Petrobras. 

 

O vazamento ocorreu num duto que integra as plataformas de produção PCM-5 e PCM-6 no Campo de Camorim, a 10,3 quilômetros da costa de Aracaju. Em nota, a Petrobras informou que foi concluído o serviço de recolhimento e dispersão mecânica de óleo no mar e que foi criada uma comissão análise das causas do vazamento.

 

A estatal informou que em sobrevoo realizado na manhã de domingo, com representantes da Petrobras e do Ibama, não foi identificado nenhum vestígio de óleo no mar. Uma equipe composta por 120 agentes ambientais especializada em limpeza de praia realiza atividades nos pontos de ocorrência de óleo entre as praias da Caueira e Mangue Seco, no município de Jandaíra, na Bahia. Por medida de precaução, foram instaladas também barreiras de contenção no estuário do rio Real, também na Bahia. Isso porque, segundo a Petrobras, nessas áreas há ainda equipes especializadas para o monitoramento e controle de possíveis impactos à fauna.

 

A produção nas plataformas PCM-5, PCM-6, PCM-8 e PCM-9 permanece paralisada até a plena recuperação do duto. Essas plataformas são responsáveis pela produção de 300 barris de óleo por dia (o que corresponde a 0,7% da produção diária de óleo da Unidade de Operações de E&P de Sergipe e Alagoas) e de 60 mil m3 de gás natural por dia (equivalente a 1,3% da produção de gás da Unidade).

 

Fafen

 

Questionado sobre o vazamento de ácido ocorrido na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), na última sexta-feira, o superintendente do Ibama disse que não tinha essa informação. O vazamento foi denunciado pelo Sindicato dos Petroleiros identificando que o acidente ocorreu na bomba 441 da planta de sulfato de amônio.

 

Em nota, a Fafen confirmou, ontem, que “houve um pequeno vazamento na sexta-feira (24/04) às 3h em tubulação de ácido sulfúrico em área contida da planta de sulfato de amônio e que o mesmo foi contornado pela equipe de técnicos da operação, que isolaram o sistema e neutralizaram com barrilha, sem quaisquer danos às pessoas e ao meio ambiente e também sem danos materiais. Medidas de contenção e controle foram implementadas em tempo hábil e uma equipe técnica está dedicada à apuração das causas básicas dessa ocorrência”.