Como resultado da investigação conduzida pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), dois advogados do Mato Grosso foram indiciados pela prática do crime de estelionato com captação irregular de pessoas de maneira contínua em Sergipe. Eles utilizavam os nomes de pessoas humildes para receber vantagens financeiras em processos judiciais. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 26.
De acordo com a delegada Lauana Guedes, a investigação começou a partir da identificação de uma fraude. Os advogados, do Mato Grosso, vinham a Sergipe e faziam a requisição da suplementar da do registro com o objetivo de fraudar ações judiciais. A maioria dos requerimentos foram solicitados em 2016. “Eles contratavam pessoas para captar clientes humildes em bairros populares aqui em Sergipe, que indagavam se possuíam nome sujo”, relatou.
Com a resposta positiva de pessoas humildes sobre possuir pendências em relação ao nome, as pessoas contratadas pelos advogados solicitaram a documentação. “Eles diziam que bastava entregar suas documentações pessoais como RG, CPF, comprovante de residência para que essas pessoas voltassem a ter crédito no mercado”, acrescentou a delegada integrante do Depatri.
Diante dos dados pessoais dessas pessoas, os advogados moviam ações judiciais. “E muitas dessas foram julgadas procedentes e esses valores foram transferidos para as contas dos advogados, sem o consentimento das partes. Isso gerou um prejuízo às empresas que eram credoras, e não devedoras, mas que tiveram que arcar com o prejuízo”, complementou Lauana Guedes.
Outros casos
Conforme a delegada, com os dois advogados de Mato Grosso indiciados por essa prática em Sergipe, já são quatro identificados atuando dessa forma no estado. “Essa prática reiterada de captação de pessoas humildes. Inclusive, uma das pessoas indiciadas foi presa há dois anos. E, agora, mais dois advogados foram indiciados a partir das investigações conduzidas pelo Depatri”, informou.
Indiciamento
A partir das investigações conduzidas pelo Depatri em Sergipe, os advogados foram indiciados por estelionato de forma continuada pela captação irregular de pessoas e recebimento de valores de modo indevido. “Os escritórios eram sediados em Sergipe. Os investigados vieram exatamente para esse. Funcionam de modo paralelo, mas o modo de atuação era o mesmo”, especificou Lauana Guedes.
Denúncias
A Polícia Civil solicita que eventuais vítimas da atuação de estelionato praticada por essesa advogados indiciados na investigação conduzida pelo Depatri compareçam a uma delegacia para o registro do boletim de ocorrência. A partir do boletim de ocorrência, mais informações podem ser acrescentadas às investigações. Informações podem ser repassadas à polícia por meio do Disque-Denúncia, no telefone 181. O sigilo do denunciante é garantido.
Fonte: SSP