Polícia vê indícios de negligência em obra que desabou
Foto: André Morais
Foto: André Morais
Portal Infonet
21/07/2014 -
A polícia civil já deu os primeiros passos para investigar as causas do desabamento do prédio em construção na Coroa do Meio, tragédia ocorrida na madrugada do sábado, 19, que deixou o saldo de uma pessoa morta [um bebê de onze meses] e três feridos. Ainda é prematuro fazer previsões, mas o secretário adjunto da Segurança Pública de Sergipe, João Batista, vê indícios de negligência na execução da obra que desabou e há suspeita de uso incorreto de material para erguer o edifício de quatro pavimentos.
 
Para João Batista, este inquérito é prioritário para a cúpula da SSP. No inquérito, a SSP pretende identificar as causas do desabamento e também possíveis responsáveis pela tragédia. Para tanto, as perícias, segundo Batista, já começaram a ser feitas. “Que identifique as causas, para punir os responsáveis e que isso sirva de profilaxia para que não ocorra este tipo de tragédia novamente em Sergipe”, considerou Batista. “Não pode estar dissociado o desenvolvimento da cidade com a segurança, e a segurança tem que estar em primeiro lugar”, observou.
 
O secretário adjunto e o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Reginaldo Dória, concederam entrevista coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira, 21, para explicar detalhes da operação que durou 34 horas para o resgate de todas as vítimas e enaltecer o trabalho da equipe do Corpo de Bombeiros, que mobilizou cerca de 200 homens que atuaram em esquema de revezamento no local.
 
O coronel Dória informou que o proprietário do imóvel possuía o licenciamento para iniciar a construção e alertou que o Corpo de Bombeiros só faria a vistoria na edificação quando a obra fosse concluída, que seria a vistoria de ocupação do empreendimento.
 
Sonar
 
Nem o secretário adjunto da SSP nem mesmo o coronel Dória admitem que a falta de equipamentos mais sofisticados no Corpo de Bombeiros em Sergipe exerceu influência no trabalho de resgate. Na ótica do secretário, o sonar requisitado à Força Nacional e os demais profissionais de outros Estados apenas ratificaram o que a equipe do Corpo de Bombeiros, juntamente com os cães farejadores, já tinham identificado: a localização exata das vítimas embaixo dos escombros.
 
Para João Batista, o sonar é um equipamento caro, avaliado em cerca de R$ 2 milhões sendo necessário avaliar se realmente é válida a aquisição para não torná-lo subutilizado. “É um equipamento sensível, que precisa de uma utilização constante, senão fica um equipamento mal empregado e acaba não funcionando”, observou Batista, sem descartar a possibilidade do Governo fazer novas aquisições para equipar melhor a corporação. “Temos outras prioridades e não temos dinheiro para investir em tudo e este foi um fato inusitado”, ressaltou. “Mas possa ser que agora, sanadas as prioridades, a gente possa partir para outros novos investimentos”, considerou.