Prefeitos e representantes de 20 prefeituras sergipanas se reuniram na manhã de hoje (16), no Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs). Em pauta, as dificuldades encontradas pelas administrações municipais para dar andamento ao Sistema Simplificado de Abastecimento de Água. No ano passado, os gestores e o Governo Federal, através do Dnocs, firmaram um termo de compromisso para a criação de projetos que sanem os problemas causados pela seca e levem água potável para as torneiras das famílias do sertão do Estado.
“O problema é que o prazo para a entrega destes projetos encerra no próximo mês de dezembro, e se as prefeituras não se adequarem podem perder o recurso que tanto batalharam para receber”, alertou o engenheiro civil Marcelo Moreira, responsável técnico pelas ações do Dnocs. O presidente da Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (Fames), Antônio Rodrigues, o Tonhão de Monte Alegre, explicou que o maior entrave encontrado é a falta de suporte técnico para dar início ao trabalho.
“Recentemente, a Federação colocou uma equipe a disposição das prefeituras para que as dúvidas fossem tiradas e as ações saíssem do papel. Muitos gestores não souberam como deveriam atuar, pois sempre que tentavam dar andamento a algo davam de cara com a velha burocracia brasileira”, comentou. O prefeito de Poço Verde, Thiago Dórea, também alegou que a parte técnica tem atrasado as ações. “A seca acontece todos os anos e nós precisamos estar preparados. Mas o governo acabou dificultando muito um projeto que tem como objetivo maior ser simples”, complementou.
SOLUÇÕES
O engenheiro Marcelo Moreira e as duas profissionais que formam a comissão do projeto, a geógrafa Keila Margarete e a engenheira Ana Tereza, esclareceram as dúvidas dos gestores e orientaram quais os passos devem ser tomados. “A partir de hoje, as prefeituras têm um mês para entregarem o projeto com as planilhas, o RT do projetista responsável e uma conta do Banco do Brasil ou Caixa Econômica exclusiva para depósito do recurso. Simplificamos ao máximo para que nenhuma cidade deixe de dar andamento ao trabalho. Com o projeto aprovado, eles vão assinar um termo aditivo de prorrogação do prazo para que em um ano concluam as ações”, esclareceu Ana Tereza.
A ideia é que cada administração elabore três projetos, em localidade escolhida pela prefeitura, e implante sistemas simplificados de abastecimento de água, a exemplo de poços artesianos e adutoras, acabando com o sofrimento da população sertaneja. “Em alguns casos, não há necessidade de três sistemas. Se for mais viável, pode-se usar o recurso alocado e transformar o projeto em um ou dois, vai depender do estudo feito na região”, ressaltou Marcelo Machado, lembrando que cada prefeitura receberá R$ 127 mil por projeto. A estimativa é que, no total, cerca de 120 famílias sejam beneficiadas em cada município.