Durante a manhã desta terça-feira, 22, cerca de 250 agricultores receberam sementes de milho doadas pela Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro. A entrega aconteceu ao lado da Unidade de Saúde do Povoado Quissamã e segundo dados da Secretaria de Agricultura e Pesca, os produtores que recebem a benfeitoria precisam do material para a subsistência familiar.

 

É o caso de Maria Gerusa de Brito que trabalha no campo desde criança ou como a própria diz ‘desde sempre’. Com um terreno situado no Povoado Quissamã, dentro do município de Socorro, a agricultora foi ao encontro da equipe da Secretaria para aproveitar a área de uma tarefa de terra que utiliza para morar e fazer o plantio de hortaliças e milho. “Tenho de tudo um pouco, como coentro, alface, cebolinha, manjericão, hortelã e reservo um espaço para o milho. O que eu produzo no meu terreno vendo para manter a família”, conta.

 

Arar, preparar a terra, fazer a cama das sementes com adubo orgânico é o procedimento básico para montar a estrutura necessária da lira – local onde vai germinar a semente. “No meu terreno é tudo orgânico. Faço apenas o passo a passo normal que aprendi com meus pais e chego à conclusão que a clientela gosta desse jeito, o mais natural possível”, diz Gerusa que acorda cedo todos os dias para mimar os seus produtos. “Faço a colheita tão feliz e satisfeita que todo dia agradeço a Prefeitura pela ajuda na minha terra. Após a colheita, vou entregando a produção nas feiras e alguns restaurantes aqui de Socorro mesmo”, relata.

 

Assim como a Gerusa, o agricultor Jairo Antônio dos Santos recebe as sementes de milho para incrementar a produção da terra há quase cinco anos da Prefeitura. “Também faço o plantio de feijão e hortaliça. Toda a minha produção é direcionada para as feiras e venda de porta em porta”, fala.

 

De acordo com o assessor técnico e engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura, Carlos Valério Lafayette, os quase dois mil quilos de sementes são direcionados para os agricultores dos Povoados Quissamã, Bita, Oiteiros, Lavandeira e outros pequenos, que contenham a presença da agricultura familiar. “Os agricultores fazem parte do Programa Nacional de Desenvolvimento Familiar, onde o perfil está relacionado com a mão de obra ser predominante familiar, por exemplo. Inclusive, além da doação de sementes de feijão e milho, Socorro é o único município do Estado a fazer a distribuição de hortaliças, onde realizamos o cadastro rural, visitamos semanalmente todas as famílias para tentar dar uma assistência técnica rural e capacitação continuada”, explica acrescentando da parceria fundamental do Governo do Estado de Sergipe e Governo Federal.

 

Ainda para Carlos Valério, a iniciativa de doação das sementes contribui para o desenvolvimento econômico da cidade. “O que percebemos é que toda a produção fica em Socorro, pois os agricultores abastecem os mercados, feiras e estabelecimentos municipais”, ilustra.

 

Feira da Agricultura Familiar

 

Os agricultores que estiveram presentes no Quissamã para pegar as sementes e, para os interessados, se inscrever na Feira da Agricultura Familiar – constitui em uma estratégia da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para fortalecer a agricultura familiar no Estado.

 

Com uma equipe da Seides presente no local para fazer a inscrição, o órgão informou aos presentes que a ficha já é para participar da próxima Feira da Agricultura Familiar a ser realizada no Parque da Sementeira, em Aracaju, e com previsão para agosto. “Não posso perder essa oportunidade, meu sonho é ter uma banca na feira. E estou perto de realizar isso, já que mantenho um trabalho árduo no meu terreno e estou pronta para aumentar a produção”, sonha a agricultora e futura feirante Gerusa.

 

O objetivo principal das Feiras é o fortalecimento da agricultura familiar, através do apoio à comercialização ao agricultor familiar, que passa a vender seus produtos diretamente ao consumidor, criando frentes de comercialização para o escoamento da produção, priorizando a utilização de métodos agroecológicos e a doação de medidas de proteção ambiental, controlando e destinando a emissão dos resíduos produzidos.