Familiares e amigos do jovem Elvis de Jesus Cavalcante, de 23 anos, paticiparam de um manifesto nesta sexta-feira, 31, embaixo da ponte da orlinha do bairro Industrial. O jovem foi homenageado em um painel pintado pelo artista Feik, morador do próprio bairro Industrial.
O ato foi idealizado pelo poeta Araripe Coutinho que na oportunidade declamou três poemas de Fernando Pessoa e interpretará performaticamente três músicas de Ney Matogrosso, deitado num recamier [banco estofado]. Foi lido ainda um manifesto contra os jovens mortos na Periferia de Aracaju e serve para chamar atenção das autoridades e da sociedade em geral.
Para o poeta Araripe Coutinho, o ato é contra a violência e em favor de todos os jovens mortos no estado e para que os crimes não fiquem em pune. “São jovens assassinados diariamente, na Terra Dura, Manoel Preto e a cada dia recebemos mensagem de que o filho de algum conhecido foi assassinado. Ah ele usa droga e daí, tinha que levar um tiro na cabeça?. A sociedade não oferece emprego ao jovem, bibliotecas, internet de graça, praças que tenha restaurante. O poder público está completamente ausente e não sei porque o delegado não mandou prender os dois meliantes que deram um tiro no garoto”, conta.
A espera de justiça
O pai de Elvis, Jorge Monteiro Cavalcante, conta que a família ainda continua sofrendo pela morte do jovem. “A família sente principalmente neste domingo por ser dia de finados. Todo dia a mãe a avó e irmã choram e eu tenho que segurar a barra para não demonstrar fraqueza, mas sinto muito e o pior disso tudo é porque já vai fazer quase três meses e eles [suspeitos] não foram presos”.
Jorge Monteiro lamenta ainda o fato dos suspeitos não estarem presos. “Não tem ninguém preso, mas já foram identificados e já acharam a moto que eles conduziam do crime. Estou acompanhando o caso na delegacia e reconheço que o delegado [Marcelo Cardoso] está trabalhando e sempre nos dando notícia do caso”, afirma.
Gladson Oliveira de Jesus [amigo de Elvis] também esteve na orlinha para apoiar o movimento. “Foi triste quando recebemos a noticia de que ele tinha sido alvejado. Chegamos lá, mas já tinham levado ele para o hospital e não sabíamos que ele tinha morrido. Ele não reagiu ao assalto, deu o celular e mesmo assim atiraram. Até o momento não fizeram nada e o que pedimos é justiça”, conta.
Relembre
Elvis de Jesus Cavalcante, de 23 anos foi vítima de assalto e, em seguida, foi assassinado em agosto deste ano. Dois indivíduos, numa moto vermelha, são suspeitos de ter abordado Elvis na esquina da casa dele, pediram o celular e fizeram disparos com arma de fogo. A vítima era morador do bairro Industrial na capital sergipana.
Realizado manifesto contra morte de jovens na periferia
31/10/2014 -
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