O diretor do Centro de Apoio Operacional dos Direitos à Saúde, promotor Nilzir Soares Vieira Junior, concedeu durante audiência na manhã desta quarta-feira, 11, prazo de 60 dias para que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), apresente os encaminhamentos concretos sobre as condições de funcionamento das bases descentralizadas no interior do Estado.

 

O Ministério Público vem realizando audiências após auditorias do Departamento Nacional de Audioria do Sistema Único de Saúde (Denasus), que constataram a precariedade das condições estruturais das bases descentralizadas. “Isso impacta na qualidade dos serviços, pois os servidores não se sentem seguros. Inicialmente encaminhamos para os promotores, mas observamos que haviam uniformidade nas questões levantadas pelo Denasus e pelos sindicatos, então resolvemos atuar de forma centralizada, na capital”, explica o promotor.

 

Nilzir Soares destacou que já foram realizadas algumas audiências extrajudiciais. “Na audiência de hoje percebemos que, com a mudança na gestão do SUS há a ideia de reformular essa política, de como essas bases são instaladas. Diante dessa decisão política direcionada às bases descentralizadas nós resolvemos dar um prazo para que a atual gestão possa apresentar a sua proposta e ter um cronograma detalhado que foi algo que a gente pediu para facilitar o acompanhamento, pois não adianta dizer qual a providência vai tomar, se não disser o tempo em que será necessário para que ela seja concretizada”, entende.

 

O promotor disse ainda que irá também provocar o Corpo de Bombeiros. “Já no ano passado, o Corpo de Bombeiros se comprometeu com o Ministério Público a vistoriar essas áreas [algumas delas vão ser mantidas], vamos pedir os laudos dos locais onde já houve vistoria para ter uma atuação mais concreta, mais efetiva tanto no centro de apoio como dos colegas que são os promotores da Saúde das comarcas onde se localizam essas bases descentralizadas”, adianta ressaltando melhorias nos serviços prestados pelo Samu.

 

“Algumas coisas já estão fazendo: a questão da comunicação, uma grande deficiência que está sendo corrigida; a questão da regulamentação, outra medida promissora apresentada na audiência que já foram anunciadas e já estão na iminência de serem concluídas, nos fez dar esse voto de confiança e conceder o parzo de 60 dias”, conclui.

 

Condomínios

 

Segundo a presidente interina do Sindicato Samu 192, Neilma Santos, a segurança para os profissionais é a principal reivindicação da categoria. “Em algumas bases descentralizadas, a exemplo de Nossa Senhora do Socorro, Itabaiana, Capela e metropolitana, as equipes do Samu formaram condomínios e compraram camas, colchões, cadeiras, fornos de micro-ondas, Tvs, entre outros móveis e equipamentos”, diz enfatizando terem sido poucas as intervenções e reformas executadas pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) nas bases do interior, portanto, a melhoria nas condições de algumas bases é graças aos esforços e dispêndio de recursos dos profissionais”, esclarece.

 

Samu

 

A superintendente do Samu 192 Sergipe, Maria da Conceição Costa [que assumiu o cargo recentemente] disse apostar na melhoria do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. “O Samu é de todos e precisa chegar rápido, com eficácia e eficiência. Vamos fazer a nossa parte, vamos ter uma central de regulação em nova sede, hoje estamos com um grande avanço que é o sistema de comunicação que estamos implantando em todo estado, com exceção do sertão sergipano. Nós já vemos hoje o Samu com a cara mudada, os profissionais já estão começando a utilizar seus uniformes e isso é honrar o serviço e a gente precisa à cada dia qualificar e mostrar ao Ministério da Saúde, que nós podemos sim ser o melhor Samu do Brasil, pois temos o melhor quadro de recursos humanos. Estou com muita esperança e muita expectativa”, afirma destacando o Plano de Contingência apresentado nesta terça-feira, para o Carnaval.

 

FHS

 

Na audiência, o assessor da diretoria operacional da Fundação Hospitalar de Saúde, Ives Déda Gonçalves, informou que já foi formalizada solicitação ao Corpo de Bombeiros Militar, para que realize a vistoria em todas as bases descenetralizadas do Samu. "Isso para avaliar quais delas necessitariam elaborar Projeto de Segurança contra Incêndio e Pânico, em razão de suas dimensões", afirma enfatizando que apesar de ter recebido informações de algumas dessas vistorias, não recebeu ainda os respectivos laudos.