Servidores da Saúde deliberam nova paralisação
Portal Infonet
04/11/2014 -

Servidores da Saúde realizaram um ato seguido de assembleia geral na manhã desta terça-feira, 4, na sede do sindicato da categoria (Sintasa), sobre o atraso e parcelamento dos salários dos trabalhadores na Saúde. Na ocasião, receberam um telefonema da Secretaria da Fazenda, dando conta de que os vencimentos serão pagos nesta quarta-feira, 5. Mesmo assim, eles deliberaram por uma nova paralisação com assembleia para a sexta-feira, 7, para discutir o pagamento dos salários de novembro e o 13º salário.

 

“Não vejo esse telefonema da Secretaria da Fazenda como um avanço, mas como a pressão dos sindicatos que fez com que o governador anunciasse o pagamento para esta quarta-feira, 5. Esperamos que ele pague porque nós não concordamos com esse parcelamento. Na Saúde, todos ganham a mais do que 1.500 reais e esperamos que o Governo agora faça o dever de casa, faça o pagamento, esqueça os fornecedores porque a folha de pagamento dos servidores é sagrada. Se não houver o pagamento amanhã, nós teremos uma assembleia na sexta e deveremos parar geral”, alerta o presidente do Sintasa, Augusto Couto lembrando que somente após a intervenção do sindicato, foi que o Governo autorizou o pagamento do pessoal da Fundação Hospitalar de Saúde.

 

 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), João Augusto Oliveira, com  a atitude do Governo de atrasar e parcelar os salários dos servidores, caiu totalmente a confiança porque nunca antes tinha havido uma situação dessas. “Nós estamos hoje dia 4, até o dia 30, faltam 26 dias, ou seja, em 26 dias, ele tem que conseguir o dinheiro que não teve para pagar outubro, o dinheiro da folha de novembro e a folha da 1ª parcela do décimo. Dentro de 26 dias ele tem que honrar com os atrasados e garantir o futuro”, ressalta.

 

João Augusto disse ainda que até a segunda-feira, 3, o Governo não tinha nenhuma resposta pra dar. “Graças a Deus Hoje nós recebemos uma ligação da secretária adjunta da Fazenda, dizendo que entrou o dinheiro e vai pagar. Isso tranquilizou parcialmente para essa folha, mas e a próxima? A gente espera que na assembleia do dia 7, os servidores venham com a resposta positiva, de que tudo foi quitado porque apenas a gente vai discutir a mobilização para o dia 1º de dezembro. Se não tiver o pagamento no dia 30, do salário de dezembro e da primeira parcela do décimo, dia 1º de dezembro estaremos parando as atividades”, anuncia.

 

“A gente espera que o governador Jackson Barreto venha a público fazer o que ele fez na campanha, ou seja, falar para o público e o público que está querendo uma resposta do governador é os servidores e seus familiares, que ficaram sem os seus salários na integralidade”, destaca o presidente do Sindimed.

 

Revoltados

 

O presidente do Sindicato dos Cirurgiões Dentistas de Sergipe (Sinodonto), Marcos Santana, informou como está a categoria. “Estão todos revoltados, a grande maioria trabalha nos Centros de Especialidades no interior e só receberam até 1.500 reais. Não honraram os compromissos financeiros que tinham junto a cartão, comida, supermercados e prestações imobiliárias e escolas de filhos. A Sefaz acaba de nos informar que pagará integralmente amanhã a folha da Saúde. Independentemente disso, vai ficar um espeto na conta dos trabalhadores por conta de um ônus que nunca existiu e gerou 10% de multa e juros.O Estado tem que pagar até o dia 30, não pode nos penalizar com multas e juros e se isso acontecer vamos parar geral”, enfatiza.

 

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Shirley Morales disse que os servidores da Saúde, saem da assembleia com uma expectativa boa. “Isso porque recebemos durante o movimento, pela secretaria adjunta da Fazenda. o indicativo de que os vencimentos estariam sendo pagos integralmente amanhã. Caso não haja o pagamento, teremos uma assembleia para o próximo dia 7, com paralisação para discutir o pagamento de novembro e o décimo terceiro. Nessa assembleia, se sinalizarem que não houve o pagamento, mantém a paralisação”, confirma o resultado da assembleia desta terça-feira.

 

Shirley Morales disse ainda que a perspectiva é que a categoria consiga fazer o Governo entender a maneira como os trabalhadores estão se sentindo.

 

“O Governo precisa entender a insatisfação que foi gerada na categoria, e que nós precisamos sentar  com o Governo mais vezes para conversar. Se isso tivesse sido conversado com os trabalhadores antecipadamente, talvez pudéssemos ter uma solução que não culminasse com o atraso salarial. Tivemos uma expectativa boa, mas continuaremos em vigília por esses próximos dois dias para saber se foi cumprido o que foi prometido”, adianta.