Após o assassinato de Luís Carlos dos Santos na última segunda-feira, 1º, o Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe alertou para o desvio de função do mesmo que trabalhava na Delegacia da Cidade de Areia Branca. A classe revela ainda que mais de 40 pessoas continuam na mesma situação.
Luís tinha 49 anos, era oriundo do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER/SE), mas estava cedido para Secretaria de Segurança Pública desde o ano de 2009. De acordo com as primeiras informações da polícia, ele foi alvejado na manhã da última segunda-feira, quando um homem tentou resgatar o seu primo que estava preso e foi proibido de visitar o acusado.
O presidente do Sinpol, João Alexandre Fernandes, explicou que essas trocas são feitas há muito tempo no Estado. “A maioria dos casos já desempenham os cargos desde antes da constituição. Dessas pessoas, 346 foram reenquadradas a partir de um entendimento da Justiça e foi concedido a elas o direito de serem consideradas agentes”, esclareceu.
Entre as cobranças da categoria estão também a regularização de cerca de 49 pessoas que estão cedidas para a SSP e a volta aos trabalhos de 15 policiais civis concursados, mas desligados que poderiam reforçar a segurança.
João Alexandre ressaltou que as providências foram tomadas antes mesmo da morte de Luís. “Já havíamos apresentado ao governo, ao secretário de segurança e ao delegado-geral da polícia civil, uma proposta para tenta equacionar o problema, inclusive ela já foi assinada. Já que essas 49 pessoas têm experiência, já desempenharam atividade típica do policial e contribuíram para que fosse promovida a justiça”, declarou.
O sindicato vai solicitar agora a iniciativa do governo. “Isso pode ser feito imediatamente, em uma ou duas semanas. Estamos clamando para que eles percebam a necessidade, antes que a categoria não mais suporte ao ponto que chegou. Vamos continuar cobrando e convocaremos uma assembleia para decidir qual será a postura da categoria diante da ação ou omissão do governo”, comentou João, lembrando que eles vão pedir ainda a convocação dos aprovados no último concurso com inicio do curso de formação.
Nas pautas da classe está ainda uma melhor estrutura para as delegacias, principalmente das cidades do interior. Serão sugeridas modificações como a instalação de detector de metais nas entradas, travas eletrônicas e controle maior nos lugares feito por uma empresa de segurança privada.
O presidente salientou a importância dessas medidas. “Os cidadãos que vão as delegacias para fazer um boletim de ocorrência ou resolver algum problema também estão correndo riscos”, contou.
Ainda segundo informações do Sinpol, a assessoria jurídica está prestando o auxílio necessário para a família de Luís Carlos e cobrará indenização ao Estado pelo tempo de função exercido no cargo, cerca de cinco anos como policial civil.
Sinpol alerta desvio de função do 'policial' morto em delegacia
05/06/2015 -
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