Após a manutenção da greve dos professores da rede estadual, mesmo indo de encontro a liminar que considera ilegal a greve, os docentes da rede estadual realizaram um ato na manhã desta terça-feira, 26, em frente ao Tribunal de Justiça de Sergipe. O manifesto tem por objetivo protocolar um documento junto ao Tribunal, solicitando ao desembargador José dos Anjos que reveja a sua decisão de decretar a ilegalidade da greve e o retorno às aulas.
No mesmo ato, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (Sintese) entregará um dossiê a todos os desembargadores, mostrando a situação precária de escolas da rede estadual de ensino, tanto da capital, quanto do interior do estado.
Reivindicação
Os professores estão em greve desde o dia 18 deste mês, reivindicando do Governo do Estado o pagamento do reajuste do piso salarial em 13,01%, além de melhorias nas condições de trabalho. De acordo com o Sintese, o governo alega não ter condições de pagar o piso e as tentativas de acordo não avançaram.
Segundo a presidente do Sintese, Angela Melo, os professores entrarão com um pedido ao desembargador José dos Anjos para que reveja a sua decisão. “Em especial estamos protocolando ofício para o desembargador José dos Anjos solicitando a ele que reveja o posicionamento em relação à greve dos professores. A nossa greve é justa, legal é a luta por um direito constitucional, porque entendemos que uma lei federal, constitucional não pode ser vista como se fosse uma lei secundária. O professor tem direito ao piso e todas as ações impetradas pelos governos colocando que a lei era inconstitucional foram perdidas e ganhamos todas. Esperamos que a justiça do nosso estado julgue com justiça”, afirma.
Melhorias escolas
Segundo Angela Melo, na oportunidade, o Sintese entregará aos desembargadores do TJSE, um dossiê produzido pelo Sindicato apontando as condições estruturais de diversas escolas da rede estadual de ensino do Estado de Sergipe.
“O direito a educação passa pela valorização profissional no caso salarial, mas também pelas condições de trabalho. Os professores lutam por uma escola pública de qualidade e nesse sentido estaremos entregando aos desembargadores um dossiê produzido pelo Sintese no que tange a estrutura física das escolas, a questão da alimentação e um estudo que fizemos de divergência de dados na aplicação do Fundeb. Procuramos negociar com o governo desde janeiro de 2015, solicitando um canal de negociação e a resposta é que ele não ia implementar o piso e a arma que temos é a greve”, conta.
Governo
Em última entrevista ao Portal Infonet, o secretário de comunicação do Governo do Estado, Sales Neto, explicou que neste momento, o governo não tem condições de atender às reivindicações do Sintese porque ainda é preciso fazer a contabilidade do primeiro quadrimestre e que somente após essa ação, é que será possível avaliar as condições de atendimento aos professores.
Sintese pede que juiz volte atrás em decisão sobre greve
26/05/2015 -
Outras Notícias