Sistema Cofeci-Creci se reúne com o ministro Gilberto Kassab
T.Dantas Comunicação e Marketing
06/05/2015 -

O Governo Federal anunciou novas medidas – válidas a partir da última segunda-feira (04) – que provocaram o aumento da taxa de juros do crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal, além de restrições para o financiamento de imóveis usados. A mudança, é claro, deixou o setor em alerta, uma vez que o banco estatal é detentor de 70% do mercado de financiamento, o que pode causar impactos negativos no ciclo produtivo da construção civil e do mercado imobiliário, provocando prejuízos a milhões de brasileiros.

 

Diante da situação, o Sistema Cofeci-Creci tem procurado meios de reverter as mudanças. Na última terça-feira (05), o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, João Teodoro, acompanhado dos presidentes das regionais de Sergipe, Sérgio Sobral; São Paulo, José Augusto Viana; Rio de Janeiro, Manoel da Silveira Maia; e Minas Gerais, Paulo Tavares; participou de uma reunião com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Durante o encontro, o grupo entregou um ofício expondo a atual conjuntura do mercado e solicitando algumas medidas.

 

O documento mostra que a redução do percentual anunciada não vai aumentar a venda de imóveis novos e, assim, desovar os estoques encalhados nas construtoras e incorporadoras. Pelo contrário, o que se observa é que os imóveis usados, via de regra, são vendidos porque o proprietário pretende trocá-lo por um novo. “Sem financiamento para vendê-lo, não haverá a compra do empreendimento novo”, acredita o presidente do Creci-SE, Sérgio Sobral.

 

PREJUÍZO À SOCIEDADE

 

Segundo a análise, a medida adotada conseguirá reduzir em mais de 50% o volume total de imóveis vendidos com financiamento no país, em inegável prejuízo à sociedade e aos profissionais da categoria. “Isso tudo em um momento inadequado, já que desde o não passado, o setor registra queda nos lançamentos, tanto dos empreendimentos novos quanto usados”, ressalta Sobral. Para ele, as medidas adotadas pelo Governo Federal só tendem a agravar essa situação. 

 

“A partir de agora, a maior parte do financiamento passa a ser do consumidor e isso exigirá uma economia maior para entrada, dificultando futuras negociações”, completa. Os representantes do Sistema Cofeci-Creci lembraram ao ministro que o mercado imobiliário sempre foi um dos principais propulsores da economia brasileira. Em 2014, por exemplo, movimentou cerca de R$ 200 bilhões em financiamentos, gerando renda, empregos e impostos. “Atacar um setor tão importante e essencial, é atingir diretamente a vida de milhões de brasileiros, não apenas consumidores, mas toda uma cadeia que sobrevive graças às negociações imobiliárias realizadas todos os dias”, diz o presidente da regional sergipana.

 

O grupo solicitou ao ministro Gilberto Kassab que a Caixa anuncie quanto há disponível em recursos para a carteira de crédito imobiliário para 2015. Além disso, que o banco estatal retorne os limites percentuais de financiamento de imóveis usados e suspenda as medidas restritivas ao crédito imobiliário. O Sistema Cofeci-Creci também aproveitou a oportunidade para pedir o apoio do ministro em outras causas que impactam o mercado, como o projeto de modificação da Lei 6.530/78 que está em elaboração.

 

Para finalizar o encontro, o Gilberto Kassab foi convidado a participar da abertura do Encontro Brasileiro de Corretores de Imóveis (Enbraci), que acontece no dia 14 de setembro, em Curitiba, e propôs que ele convoque uma reunião entre os secretários de habitação dos Estados para ser realizada durante o evento. “Foi um encontro importante para alcançarmos algumas mudanças necessárias. Entendemos que o atual momento da economia brasileira é de cautela, mas defendemos, ao mesmo tempo, a revisão das medidas adotadas pela Caixa, que provocarão prejuízos incalculáveis. É preciso manter o rigor, mas sem frear o crescimento”, finaliza Sobral.