O ex-deputado Raimundo Vieira, o Mundinho da Comase, o professor Augifranco Patrick de Vasconcelos e o irmão Ygor Henrique Batista de Vasconcelos aceitaram assinar a delação premiada e já começaram a contribuir com as investigações da polícia civil, que trata do destino das verbas de subvenções repassadas pela Assembleia Legislativa à Associação Ala Jovem de Lagarto, entre os anos de 2011 e 2014. As verbas foram repassadas à entidade por indicação do ex-deputado Mundinho da Comase, preso na manhã desta quarta-feira, 29, acusado de envolvimento com suposta associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
A delegada Danielle Garcia, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), informou que os três acusados presos nesta quarta-feira decidiram revelar detalhes do suposto esquema criado para desviar recursos público e já estão em procedimento para assinar a delação premiada. Segundo a delegada, os acusados já começaram a fornecer informações importantes, que poderão confirmar os detalhes de todo o esquema que envolve as verbas de subvenções destinadas àquela entidade.
De acordo com as investigações, o professor Augifranco Vasconcelos movimentou cerca de R$ 3 milhões em conta bancária particular, montante que seria incompatível com os rendimentos do acusado, que é professor da rede municipal de ensino de Lagarto. Enquanto o irmão dele recebeu o maior volume dos repasses feitos pela Associação Ala Jovem, através da empresa MP10, que seria responsável pela simulação de contratos e repasses de verbas que, supostamente, voltaram para o ex-deputado, cujos repasses eram feitos por meio de transferências bancárias e mediante entrega de valores, conforme informações da delegada Danielle Garcia.
No primeiro momento, os irmãos Augifranco e Ygor Vasconcelos se recusaram a prestar esclarecimentos sobre a volumosa movimentação dos recursos. Enquanto o ex-deputado demonstrou interesse de dar a contribuição logo nos primeiros momentos em que o depoimento era colhido na Delegacia Plantonista.
Convencidos a contribuir com a investigação, os irmãos que já estavam ocupando as celas da Delegacia Plantonista voltaram ao cartório da Deotap e deram início a novos depoimentos, que poderão trazer revelações surpreendentes para desarticular o suposto esquema de uso indevido das verbas públicas.
Na tarde desta quarta-feira, a delegada Daniella Garcia e o promotor de justiça Henrique Cardoso, que está atuando neste caso específico na condição de representante do Ministério Público Estadual, concederão entrevista coletiva para prestar esclarecimentos sobre as investigações.