Sukita e outros presos em operação fazem exames no IML
Jornaldacidade.net
04/06/2014 -

 O ex-prefeito do município de Capela (SE), Manoel Messias Santos, conhecido como Sukita, e outras três pessoas presas na manhã desta terça-feira (3), durante a ‘Operação POP’ realizada pela Polícia Federal com o apoio da Polícia Civil passaram a noite na 3ª Delegacia Metropolitana de Aracaju, localizada na Zona Norte da capital. De acordo com a polícia, Sukita é o único dos suspeitos que vai ficar em cela comum por não possuir ensino superior.


 Na manhã desta quarta-feira (4), equipes da Polícia Federal acompanharam o ex-prefeito, a esposa dele Silvany Yanina Mamlak, a irmã Clara Miranir Santos e o ex-secretário municipal José Edivaldo dos Santos, ao Instituto Médico Legal (IML), no Centro, onde foram submetidos a exames de corpo de delito, antes de serem transferidos para penitenciárias no interior do estado.

Familiares e advogados foram até a delegacia para acompanhar o processo, mas não quiseram falar sobre o assunto.

 

A Operação

 

Os quatro foram presos nesta terça durante a operação “POP” que visou desarticular o esquema desvio de dinheiro da Prefeitura de Capela em uma investigação que durou cerca de um ano em uma parceira da Polícia Federal e Polícia Civil de Sergipe. Todo o trabalho para desmantelar o esquema contou com uma força-tarefa que envolveu os Ministérios Públicos Federal e Estadual, Controladoria Geral da União e Receita Federal.

 

 “O ex-prefeito era figura pública do esquema, a esposa dele era a articuladora dos desvios e os demais envolvidos eram os executores do planejamento”, declarou o delegado da Polícia Federal, Roberto Laureano Curi.

 

As contas bancárias, ações, aplicações, transações, poupanças e tudo em que encontra-se em banco no nome dos quatros envolvidos foram bloqueados pela Justiça Federal no intuito de devolver o dinheiro ao erário. “Caso isso não seja suficiente para ressarcir os rombos, a Justiça poderá apreender outros bens dos envolvidos”, comentou a delegada Danielle Garcia, da Polícia Civil.

 

As polícias cumpriram quatro mandados de prisão e oito mandados de busca e apreensão, sendo que em sete endereços foram apreendidos documentos e computadores. Segundo levantamentos realizados pela CGU, constam diversos indícios de irregularidades na aplicação e prestação de contas de recursos federais, por parte do ex-gestor, em convênios firmados junto a vários Ministérios.

 

O Departamento de Combate ao Crime Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) da Polícia Civil constatou em três inquéritos policiais instaurados ao longo de um ano de trabalho, que o ex-prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita Santos e mais três pessoas do seu núcleo familiar e profissional foram os responsáveis pelo desvio de cerca de R$ 3 milhões das contas da Prefeitura Municipal.

 

No âmbito federal as investigações iniciaram a partir de uma denúncia do Sindicato dos Professores do Estado (Sintese) ao Ministério Público Federal sobre desvios dos recursos do Fundeb. No Estado, as primeiras investigações foram requisitadas pelo Ministério Público Estadual ao Deotap.