Na história da luta da classe trabalhadora, sempre houve quem tentasse impedir os avanços dos que exigem melhorias, ferindo um princípio democrático básico que é o direito de se organizar para cobrar avanços para todos. Foi o que aconteceu nessa semana quando, de forma autoritária, uma decisão judicial obrigava os servidores da educação pública federal a encerrar a greve e retornar a seus postos de trabalho, sob pena de R$ 200 mil diários em caso de descumprimento.
Confira a ação judicial que fere a liberdade de organização da classe trabalhadora:
http://www.ufs.br/sites/default/files/decisao_stj_greve_tecnicos.pdf
Diante disso, ao completar 90 dias de uma greve vitoriosa e com avanços significativos na pauta local, os Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFS aprovaram suspender a paralisação em cumprimento a essa ação judicial que ainda será alvo de recurso. Reunidos em assembleia na manhã de quarta, dia 25, os TAE's reforçaram em suas falas o grande avanço que a greve de 2014 representou na organização da luta da categoria por uma universidade pública, de qualidade, socialmente referenciada e que valorize todas as categorias que a compõe.
Apesar da indignação diante da postura antidemocrática por parte do governo federal, que além de se negar a negociar ainda criminalizou o movimento paredista, a categoria aprovou os seguintes encaminhamentos por unanimidade:
- Publicação de uma Moção de Repúdio direcionada à Advocacia Geral da União (AGU), por entender que a ação judicial requerida por esse órgão junto ao Supremo obrigando o encerramento da greve dos TAE's fere a autonomia universitária;
- Exigência de uma audiência pública com o Reitor da UFS, Ângelo Antoniolli;
Inclusão dos funcionários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) na base do SINTUFS;
- Cobrar o cumprimento, por parte do Governo Federal, do item 11 da decisão judicial do Superior Tribunal de Justiça (STJ);
- Construção do Fórum Permanente de Discussão da UFS, composto pelas três categorias (professores, técnico-administrativos e estudantes);
- Instalação do Comando de Mobilização Permanente, para dar continuidade à luta da categoria pela pauta interna construída e fortalecida ao longo da greve de 2014;
- Homologação do ponto dos servidores paralisados até hoje;
- Homologação da portaria da Comissão Permanente de Flexibilização da Jornada (CPFJ);
- Continuidade na luta contra o Assédio Moral;
- Luta por creches e restaurantes universitários em todos os campi;
- Atenção à pauta específica de Lagarto e Laranjeiras.
Técnico-administrativos da UFS suspendem greve, mas mantém a luta
27/06/2014 -
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