Assembleia concede hoje título de cidadão sergipano ao cineasta Hermano Penna

18/08/2014 às

Em sessão especial realizada nesta segunda-feira, dia 18, a Assembleia Legislativa de Sergipe fará a entrega do título de cidadão sergipano ao cineasta Hermano Penna. A solenidade acontece às 17 horas, no plenário da Casa. A entrega do título, de autoria do deputado João Daniel (PT), é uma forma de homenagear o cineasta que tem uma ligação muito forte com o estado de Sergipe, um reconhecimento por toda sua contribuição à cultura e a divulgação do nome do estado pelo Brasil e o mundo.

 

Hermano Penna nasceu em 1945, na cidade do Crato, estado do Ceará. Aos 11 anos foi para Salvador, na Bahia.  No início dos anos 60, conviveu com a intensa atividade cinematográfica desenvolvida naquele estado, que tinha como maior expoente a figura de Glauber Rocha.

 

No ano de 1966 foi estudar na Universidade de Brasília. Lá ingressou como aluno especial e contratado como auxiliar didático do Instituto Central de Artes. Na Universidade, com outros alunos, participou da refundação do curso de Cinema, que fora extinto logo após o golpe militar de 1964.

 

Ligação com Sergipe
Hermano Penna tem uma relação profunda, afetiva e cultural com o Estado de Sergipe. Relação essa que remonta aos seus primeiros anos de adolescência, quando foi colega e se tornou amigo de inúmeros sergipanos, hoje destacadas figuras da sociedade sergipana, nos bancos do Colégio Militar de Salvador.  Essa relação que se ampliou quando, em 1977, veio para Sergipe realizar o Globo Repórter “A mulher no cangaço”, na cidade de Poço Redondo.

 

Na ocasião, conheceu e se tornou grande amigo do historiador Alcino Alves Costa, que lhe narrou a história de José Francisco do Nascimento, conhecido como “Zé de Julião”. Foi esse personagem que inspirou o cineasta na realização do seu filme “Aos Ventos que Virão” e é tema do documentário que finaliza “Muito Além do Cangaço”.

 

Essa aproximação com o povo e a cultura sergipanos, fez Hermano escolher como tema do seu primeiro longa-metragem o livro de João Ubaldo Ribeiro “Sargento Getúlio”, história profundamente sergipana, e escolher novamente a cidade de Poço Redondo como cenário e base de produção do filme. Com o “Sargento Getúlio”, Sergipe e suas histórias, cultura e talentos como Orlando Vieira, Antônio Leite, Amaral Cavalcante e muitos outros estiveram presentes nas telas do país e do exterior. Presentes também nos principais festivais nacionais e do mundo, nos quais recebeu 23 importantes prêmios.

 

Recentemente, fez a pré-estreia na capital sergipana do lançamento comercial em nível nacional do filme “Aos ventos que virão”, história sergipana e na qual trabalham inúmeros atores e técnicos de Sergipe. No momento, o cineasta finaliza “Muito além do Cangaço”, cinebiografia documental de Zé de Julião.